Ceará registra dois casos suspeitos da doença paralisante que afeta o Nordeste

Casos da doença rara e paralisante, a chamada Guillain-Barré, que se espalha pelo Nordeste, chegam ao Ceará. Duas ocorrências no município de Novo Oriente, na região dos Inhamuns, confirmadas da síndrome, uma com óbito e outra com laudo médico do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), deixam a cidade interiorana alarmada. Apesar de a Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) ainda não ter comprovado, documentos demonstram a veracidade da situação.

Carpinteiro José Magno Silva, de 25 anos, está com a doença há quatro meses. Foto: Assis Araújo

No primeiro caso, do carpinteiro  José Magno Silva, de 25 anos, ele está em uma cadeira de rodas e fazendo fisioterapia. "Foi há quatro meses, comecei a sentir fraqueza das pernas, dormência  nos dedos dos pés e aí paralisou total. Fui ao Hospital José Maria Fernandes, daqui da cidade, fiz os exames e depois encaminhado ao HGF. Fiquei apavorado quando o médico conversou comigo e me deu o diagnóstico. Nem sabia que 'diabo é isso'", conta.

José Magno é vizinho da família da outra vítima da doença, o agricultor Amadeu do Carmo Melo. Eles moram no bairro Lagoa Tigre Sul. A esposa de Amadeu, de 63 anos, Gonçala Rodrigues, diz que ele estava trabalhando na roça, quando começou a se queixar de cansaço, fraqueza e nem conseguiu voltar para casa de bicicleta, como sempre fazia. "Isso foi no dia 8 de junho desse ano. No dia 14, o irmão dele estave aqui e o levou para o hospital. Fez exames em Cratéus e fui levado para a Santa Casa de Sobral, onde morreu, no dia 26 de junho", narra, emocionada. A certidão de óbito tem a causa da morte: Síndrome de Guillain-Baré.

Na Bahia já são 50 casos. Além das confirmações na Bahia, a doença avançou pela Paraíba, com seis casos, e Maranhão, com 14. Até agora, o Ministério da Saúde e nem a Sesa se manifestaram sobre o assunto.

O Ministério da Saúde esclarece que a síndrome de Guillain-Barré (SGB) pode surgir após infecções por vários tipos de vírus ou bactérias. Trata-se de uma manifestação autoimune rara que tem como principais características fraqueza muscular e paralisia dos músculos. Vale esclarecer que a doença não é de notificação compulsória, portanto não há registro do número de casos. Em 2014, foram registrados 65.884 procedimentos ambulatoriais e hospitalares no SUS em decorrência de Guillain-Barré no país.

(Diário do Nordeste)


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