Em 5 anos, 3.399 escolas rurais são fechadas no Ceará por economia

Em 5 anos, 3.399 escolas rurais são fechadas no Ceará por economia

Prefeituras do interior do Ceará fecharam turmas de escolas rurais e alunos são obrigados a estudar na sede dos municípios. Prefeitos alegam que medida se deve à falta de recursos financeiros para manter o baixo número de pessoas em cada sala. Em cinco anos, 27,3% das escolas nos níveis básico, infantil e fundamental foram fechadas em zonas rurais no Estado, totalizando 3.399 unidades.

De acordo com os dados do Censo da Educação Básica, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), entre 2010 e 2014, 1.300 escolas rurais de educação básica foram fechadas. Na educação infantil também houve redução, de 3.894 para 2.873. No mesmo período, 27% das escolas de ensino fundamental tiveram suas atividades encerradas, reduzindo de 3.899 para 2.821 unidades.

Senador Pompeu, a 275 km de Fortaleza, foi um dos municípios que fecharam turmas. Para o primeiro semestre deste ano, a Prefeitura anunciou o encerramento de 8º e 9º anos da Escola Municipal Pedro Holanda. Segundo o prefeito da cidade, Antônio Mendes de Carvalho (PT), esse processo é recorrente nos municípios cearenses. De acordo com ele, além da falta de recursos financeiros e de infraestrutura, essas escolas têm poucos alunos e turmas multisseriadas, quando um mesmo professor leciona para alunos de níveis educacionais diferentes.

Em Itapipoca, a 147 km de Fortaleza, 11 escolas rurais tiveram as atividades suspensas para este ano. A medida, segundo a secretária da Educação Nair Soares, foi tomada em virtude das altas despesas dessas unidades. “Além do decréscimo do número de estudantes, temos a dificuldade de cumprir a política salarial dos professores”, explica a secretária.

Anísio Melo, vice-presidente do Sindicato dos Professores e Servidores no Estado do Ceará (Apeoc), classifica esse processo como “preocupante”. “A educação rural tem muitas particularidades, com métodos que precisam se adaptar. É necessário que esta política seja revertida”, alerta. (O POVO)


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