Delcídio Amaral é preso por determinação do STF

BRASÍLIA - O líder do governo no Senado, senador Delcídio Amaral (PT-MS), foi preso na manhã desta quarta-feira em sua casa em Brasília. O senador é acusado de ameaçar familiares do ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, segundo disse ao GLOBO uma fonte que acompanha o caso de perto. A prisão foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki.

Delcídio chegou às 8h15 à Superintendência da Polícia Federal em Brasília. Ele chegou de carro, seguido por outro, de escolta.

Também foram presos o banqueiro André Esteves, do banco Pactual, o chefe de gabinete do senador, Diogo Ferreira Rodrigues, e o advogado de Delcídio, Edson Ribeiro. Segundo a fonte do GLOBO, Delcídio é acusado de ameaçar Cerveró e de ter oferecido a ele ajuda para fugir do Brasil e não revelar nada sobre o esquema de corrupção da Petrobras.

O GLOBO apurou que o filho de Cerveró, Bernardo, entregou à polícia uma gravação de Delcídio oferecendo vantagens a Cerveró para ele não fazer a delação, homologada nesta semana. A delação de Cerveró envolve outros políticos ligados ao PMDB. Apesar do Delcídio ser do PT, ele sempre foi considerado um político ligado ao PMDB dentro da estatal. Dois senadores foram citados por Cerveró aos procuradores da PGR.

Delcídio é o primeiro senador da República preso em flagrante, por conta da oferta para a fuga, que é um crime continuado.

A Polícia Federal fez buscas no gabinete do senador Delcídio Amaral, no Senado Federal na manhã desta terça-feira. O 25° andar do prédio, onde se localiza o gabinete do petista, está interditado e ninguém pode subir. Nesse mesmo andar também está instalada a Secretaria Geral do Senado.

O presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi informado da ação da Polícia Federal no Senado às 6h30 desta manhã. Segundo informações, a PF fez busca e apreensão no gabinete de Delcídio e no gabinete da liderança do governo no Senado, já que ele é o líder do governo Dilma na Casa.

Delcídio foi citado em delação premiada de Fernando Baiano, que diz que o senador teria recebido entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão de propina na negociação da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.

Baiano afirmou ter sido autorizado por Cerveró a repassar sua parte de propina pela compra da refinaria a Delcídio. Segundo Baiano, o petista estaria pressionando o ex-diretor da estatal.

O lobista afirmou ainda ter sido procurado por Cerveró em 2006 para acertar o pagamento. O ex-diretor reclamou com o lobista. Disse que se sentia “muito pressionado" pelo senador petista, que na época era candidato ao governo do Mato Grosso do Sul.




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