Presidente da Câmara de Iguatu não vota projeto de doação de terrenos e é vaiado



Choro, vaias e muita confusão durante a sessão ordinária da Câmara Municipal de Iguatu, na quinta-feira (4). Com as galerias lotadas, dezenas de famílias foram conferir de perto a votação do projeto de lei, de autoria do Poder Executivo, que trata da desafetação e doação de terrenos públicos do município à Fundação Dom José Mauro, para atender a centenas de famílias que estão acampadas em áreas públicas da cidade.

O projeto de nº 04/2016 chegou a se lido em plenário, no entanto, depois de uma manobra política, o presidente da Casa, vereador Rubenildo Cadeira (PRB), anunciou que a votação seria feita somente após o período de carnaval. A atitude do presidente abriu espaços para bate bocas e muito tumulto nas dependências do poder legislativo.

Mulher chegou a chorar nas dependências da Câmara
depois que o presidente anunciou o encerramento da
sessão.
A sessão chegou a ser suspensa por dez minutos. Os padres Anastácio Ferreira e Francisco Leiva, membros da comissão que trata dos interesses do movimento dos sem tetos, os únicos que tiveram direito a se manifestarem, defenderam o posicionamento do presidente Rubenildo Cadeira. O fato culminou em mais protestos e a sessão foi encerrada. O projeto só deverá ser apreciado no próximo dia 16 deste mês.

Da bancada de situação compareceram os noves vereadores, e mais quatro da situação. Não marcaram presenças os vereadores Marconi Filho, Cida Albuquerque, Eliane Brás e Joaquim Ribeiro.

Entenda

A reivindicação de terrenos públicos para construção de moradias está em pauta há vários meses na cidade de Iguatu, depois que dezenas de famílias ocuparam seis áreas públicas em diversos bairros da periferia do município. Durante todo esse período o prefeito Aderilo Alcântara sempre fez questão de se reunir com os ocupantes de forma democrática. No início dessa semana, após vencer diversos trâmites burocráticos, o prefeito Aderilo reuniu os representantes das ocupações e apresentou o projeto.

Discursos dúbios

Diante de tantos discursos contraditórios do antes e o depois, pergunta-se: o que teria acontecido para que os dois religiosos mudassem de ideia tão repentina? Sim. Porque antes diziam que se o projeto chegasse à Câmara poderia ser votado até durante o período da madrugada, e ontem, presenciamos uma postura diferente, radical até.

Outro caso estranho foi a doença repentina dos membros da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Porque antes, até meio dia, estavam todos sadios. Tão sadios que foram para as emissoras de rádios denegrirem a imagem da administração municipal.

Outro ponto, no mínimo curioso: porque o presidente Rubenildo Cadeira só concedeu a palavra aos dois membros da Igreja Católica, e depois encerrou a sessão? Será que foi um jogo de cartas marcadas?

O tempo dirá.


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