Epidemia: sífilis aumenta em 33% no Brasil

Dados do último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde revelam que os casos de sífilis adquirida (em adultos) aumentaram 32,7% no Brasil no período de 2014 a 2015. Entre gestantes, o crescimento foi de 20,9%, enquanto as infecções por sífilis congênita (transmitida pela mãe ao bebê) subiram 19% no mesmo período. “O que caracteriza uma epidemia é quando se tem um aumento no número de casos num determinado período de tempo. A sífilis não vinha num patamar de eliminação, mas seguia estável e, de repente, surgiu um maior número de casos”, disse a diretora do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das DST, Aids e Hepatites Virais, Adele Benzaken.

Ela lembrou que a sífilis é uma doença de notificação compulsória – qualquer caso deve ser obrigatoriamente notificado. Para a diretora, a epidemia de sífilis no Brasil é decorrente de “múltiplas causas”, como a queda no uso do preservativo – sobretudo entre pessoas de 20 a 24 anos, faixa etária onde comumente se registra maior atividade sexual e sem parceria fixa. Outra questão envolve o acesso à penicilina, utilizada no tratamento. Os problemas, no Brasil, começaram em 2015, com o desabastecimento de matéria-prima, mas o ministério garante que o estoque foi reposto com importação.

A sífilis no adulto tem sinais específicos, mas há um período de latência considerável. O quadro sintomático inicia com uma ferida que, nos homens, é bem aparente, não dói e pode desaparecer em dez dias. Nas mulheres, a ferida pode surgir na genitália interna e passar desapercebida. “Quando há evolução de mais de dez anos, a doença destrói tecidos como coração, cérebro e ossos”, explicou Adele. Já na sífilis congênita, o período de evolução é bem mais curto. Durante a gestação, a doença pode causar aborto, malformações ósseas e manifestações na pele, além da morte do recém-nascido.


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