Casos de tuberculose aumentam nos presídios do Brasil


A alta incidência de tuberculose nos presídios brasileiros gera um cenário de emergência de saúde e violação dos direitos humanos, alertam especialistas. Enquanto na população em geral há, em média, 33 casos para 100 mil habitantes – o que já torna o Brasil um dos 20 países com alta carga da doença, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) –, entre os detentos esse indicador sobe para alarmantes 932 casos, conforme dados do Ministério da Saúde. As condições precárias às quais muitos são submetidos, entre elas a superlotação e a falta de ventilação e iluminação nas unidades prisionais, favorecem a disseminação da doença, cuja bactéria é transmitida pelo ar.

De acordo com o vice-presidente da organização Rede Brasileira de Pesquisas em Tuberculose (Rede TB), Julio Croda, o fator determinante para os altos índices de tuberculose nos presídios brasileiros é a superlotação. “Existe uma incidência maior da tuberculose na população privada de liberdade pelas próprias condições de encarceramento”, declarou Croda, lembrando a necessidade de uma reformulação do sistema carcerário.

A quarta maior população prisional do mundo é a do Brasil. São mais de 600 mil detentos, na maioria formada por jovens negros, de baixa escolaridade e renda. O sistema está com 161% de capacidade ocupada; nas celas concebidas para custodiar dez pessoas há, em média, 16.



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