Maiores açudes do Ceará ainda não tiveram aporte de água em janeiro

Na foto, de julho de 2016, o açude Banabuiú,
que está com 0,41% da capacidade
As chuvas que banharam alguns municípios cearenses nos primeiros dias do mês de janeiro deste ano, não foram suficientes para influenciarem em qualquer aumento do volume hídrico nos maiores reservatórios do Ceará. Os açudes Banabuiú (0,41%), Orós (13,35%) e Castanhão (5,02%) — que abastecem a Região Metropolitana de Fortaleza — não registraram aporte até agora. Os dados são do Portal Hidrológico e mostram que, em 2017, somente 25 dos 153 açudes monitorados apresentaram alguma cheia do início do ano até aqui. 

Em todo o Estado, o aporte registrado no período foi de 4,25 milhões de metros cúbicos. O valor representa somente 0,02% do volume total do Estado e significou variação de volume negativa (-3,59m³) já que o aporte não supriu a perda registrada. Atualmente, dos 153 açudes, 136 estão com volume abaixo dos 30%, os quais 85 estão secos ou com volume morto.

Em relatório mais recente do Portal Hidrológico, o Ceará está operando com 6,48% da capacidade total. No mesmo período de 2016, o volume era de 12,8% — em um ano, metade da água foi perdida. Assim, se neste ano permanecerem as mesmas quantidades de aporte e perda de água, a tendência é que cheguemos ao fim do ano com açudes secos. 

A obra de transposição das águas do rio São Francisco, principal medida de obtenção de água para o Ceará, segue com impasses na continuidade e tem previsão de chegada ao Ceará só no ano que vem.

No Médio Jaguaribe, uma das principais regiões atendidas pelo açude Castanhão, várias culturas e plantações já foram reduzidas. “Não sei o que será de nós se nada for feito até o ano que vem, se acabar a irrigação e a água para animais”, afirma Francisco Holanir, secretário do Comitê do Médio Jaguaribe.


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