UPAs: redução de médicos deve afetar crianças e adolescentes


Portaria do Ministério da Saúde reduz para dois, o número mínimo de médicos para atendimento nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAS) no país. O objetivo, segundo o Ministério da Saúde, é garantir a abertura de 165 novas unidades que já estão prontas, mas sem condições financeiras de contratar profissionais pelas prefeituras. A medida, no entanto, foi criticada por entidades médicas em todo País. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), as crianças e os adolescentes serão os mais prejudicados.

Em carta aberta aos gestores do SUS, a SBP pede urgência para que a medida seja revista. “Para os 35 mil pediatras, por nós representados, essa mudança de parâmetros implica em consequências ainda mais graves, pois se sabe que impacto significativo dessa sobrecarga recairá sobre milhões de crian. ças e adolescentes – e seus familiares – que buscam nas UPAs socorro para seus males. Ao reduzir o número de médicos exigidos, o Ministério da Saúde assume a responsabilidade pelas consequências desse ato, que pode ser medido em dor, sofrimento, mal-estar e morte desses jovens e de tantos outros brasileiros”, diz trecho da carta.

Antes da portaria, a exigência mínima era de quatro profissionais para turnos de 12 horas cada um. Durante anúncio, no último 29 de dezembro, o ministro da saúde, Ricardo Barros, rebateu críticas afirmando que “é melhor ter uma UPA funcionando com um médico de dia e um de noite, do que fechada”. Ainda conforme o Ministério da Saúde, existem outras 275 unidades em construção, sendo 170 delas com 90% das obras finalizadas.

Para a Sociedade de Pediatria, priorizar um calendário de inaugurações é colocar em risco o tipo de atendimento a ser oferecido, tanto para os pacientes como para os médicos. “Com a decisão, em lugar de alívio, prevemos estresse e aflição de homens e mulheres que ficarão por incontáveis horas à espera de uma consulta pelo simples fato de que a quantidade de médicos estará subdimensionada. Para os médicos que aceitarem atuar nessas condições, o cenário também será crítico. Serão menos mãos, olhos e ouvidos para acolher, diagnosticar, prescrever e tratar milhares de pacientes”, critica a SBP.


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