FHC nega articulação com Lula e Temer para ‘estancar’ a Lava Jato


O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou neste domingo (16.abr) que não participou de “qualquer articulação com o presidente Temer e com o ex-presidente Lula para estancar ou amortecer os efeitos das investigações da operação Lava Jato”. A fala foi publicada em sua página no Facebook.

O comentário foi uma resposta à reportagem publicada pela Folha de S. Paulo em 13 de abril. Segundo o jornal, Lula, FHC e o presidente Michel Temer estariam articulando 1 pacto pela sobrevivência política em 2018.

Ainda de acordo com o veículo, líderes políticos se reúnem periodicamente para discutir medidas que limitem a operação Lava Jato e impeçam que o grupo formado por PT, PMDB e PSDB seja “exterminado” até 2018.

O acordo envolveria a manutenção de Temer até 2018 e a realização de eleições diretas, em outubro do ano que vem, com a participação de Lula. Os principais emissários nas conversas seriam o ex-ministro do STF Nelson Jobim e o atual presidente do TSE, Gilmar Mendes.

Em sua defesa, Fernando Henrique afirmou que as investigações da operação “devem prosseguir”e que ele não tem “nada a temer”. Para o tucano, as crises econômica e social pelo qual passa o país afetam “os brasileiros preocupados com a democracia”. Diante disso, FHC defendeu a urgência de “1 diálogo envolvendo o mundo político e a sociedade”.

Leia a íntegra do pronunciamento:

“Na última vez que falei nesta página insisti em que chegou a hora de por as cartas na mesa: não participei e não participo de qualquer articulação com o presidente Temer e com o ex-presidente Lula para estancar ou amortecer os efeitos das investigações da Operação Lava Jato. Qualquer informação ou insinuação em contrário é mentirosa.

As investigações em curso devem prosseguir. De seus desdobramentos nada tenho a temer. Basta ouvir a íntegra das declarações de Emilio Odebrecht em seu depoimento ao Judiciário para comprovar que nelas não há referência a qualquer ilicitude por mim praticada nas campanhas presidenciais de 1994 e 1998.

Dito isto devo reiterar que o país vive uma crise gravíssima com desdobramentos econômicos e sociais imprevisíveis. Esta situação afeta os brasileiros preocupados com a democracia.
Diante do desmoronamento da ordem político partidária e das distorções do sistema eleitoral é urgente um diálogo envolvendo o mundo político e a sociedade.

O diálogo em torno do interesse nacional é o oposto de conchavos. Deve ser feito às claras com o propósito de refundar as bases morais da política.”


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