Quadrilha que aplicava golpe do falso glaucoma desviou R$ 30 milhões do SUS

O caso de uma quadrilha que desviou em torno de R$ 30 milhões da saúde pública foi matéria do Fantástico deste domingo (25). O grupo agia em Alagoas e mais três estados - Sergipe, Bahia e Góias - e aplicava o golpe afirmando que o paciente do Sistema Único de Saúde (SUS) tinha um falso glaucoma. Ao todo, quatro pessoas foram presas, entre elas o ex-secretário adjunto da Saúde de Maceió, André Born, que também já ocupou cargos no Ministério da Saúde em 2016.

Em entrevista, o superintendente da Polícia Federal de Alagoas, Bernardo Torres, afirmou que o grupo diagnosticou várias pessoas que eram orientadas a usar colírios.

Uma das maneiras que a quadrilha encontrou de desviar o dinheiro do SUS era que o colírio para glaucoma varia de R$ 110 do mais barato para o mais caro.

“Quando as pessoas iam receber esses colírios, assinavam as fichas em branco e aí forneciam colírios mais baratos para as pessoas e na ficha eles assinalavam que haviam fornecido o remédio mais caro. Além disto, ainda havia casos de pessoas que não recebiam os colírios e as fichas eram falsamente assinadas”, destacou o superintendente.

Uma das vítimas que estaria fazendo o tratamento para glaucoma disse à reportagem que não havia assinado nenhum documento e que não reconhecia a assinatura.

Um médico que não teve o nome divulgado e não entrou no esquema ressaltou que em apenas um ano, mais de 20 mil consultas não realizadas foram cobradas do SUS.

A Polícia Federal não fechou ainda o lucro que cada participante do esquema recebeu, mas estima que as clínicas faturavam mais de R$ 30 milhões em recursos repassados pelo SUS.

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