Empresários mudam realidade de tetraplégico


Um grupo de amigos, empresários e representantes de classe se uniu com objetivo de amenizar a realidade já sofrida de um tetraplégico, que era ainda mais agravada pela ausência de políticas públicas. Uma casa adaptada à limitação foi doada ao iguatuense que há quase 23 anos perdeu por total os movimentos dos membros inferiores e parte dos superiores.

Antônio Tavares, 51, no dia 04 de junho de 1995 foi atropelado por um caminhão quando andava de bicicleta na cidade de Maracanaú – região metropolitana do estado – do dia de sofrimento e dor pouco se lembra. “Só me recordo que acordei num corredor do IJF em Fortaleza. Tive muitos traumas pelo corpo, sem contar dos vários dias em coma”, lembrou.

Quando teve alta do Instituto Dr. José Frota, voltou para Iguatu e de lá para cá contou com ajuda de uma ex-cunhada e o esposo dela em uma casa humilde na vila próximo ao bairro Novo Iguatu, às margens da Avenida Juscelino Kubitschek. Na ex-moradia, além da limitação de cômodos e telhado baixo, existia o agravante da pouca ventilação o que acarretava em outras doenças. “A casa é muito quente, passava mal muitas vezes. O ventilador não dava conta, era preciso ficar deitado com panos molhados na cama. Fiquei com queimaduras e ressecamento na pele”. O forte calor atrelado aos não cuidados essenciais acarretaram na dilatação varicosa das veias anorretais. 

Novo lar

A nova casa foi construída em um terreno ao lado da antiga residência. O custo da construção saiu em torno de 20 mil reais, como estrutura essencial o acesso por meio de rampas, móveis adaptados assim como banheiro amplo, fatores que contribuem para uma melhor ventilação.

Além da casa, Antônio, que não recebe nenhum benefício de programas governamentais ou aposento, foi recompensado com um ano de cestas básicas, cadeiras de banho e de rodas, e vem recebendo ainda assistência médica domiciliar de profissionais em medicina que conheceram de perto sua realidade. Um profissional odontólogo acompanha sua saúde bucal.

Beneficiado pelo programa assistencial do Rotary Club de Iguatu, “Banco de Fraldas Geriátricas”, há mais de dois anos, foi a partir daí que a necessidade ganhou nova dimensão para sua parcial resolução. “Conheci ‘Seu Antônio’ em uma das entregas mensais que fazemos das fraldas, e vi que junto de uma corrente de amigos poderíamos amenizar sua situação. Com o esforço de muitas mãos, conseguimos ofertar dignidade e humanidade para ele”, contou Kaoma Pereira, construtor e rotariano.

Cerca de 23 doadores se voluntariaram com a causa. “Acredito que anjos apareceram em minha vida, agradeço demais. Sou grato a todos que fizerem isso acontecer. Passo por inúmeras dificuldades, mas Deus vem me abençoando com esses gestos”, disse.

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