Servidor de prefeitura filiado a partido tem salário maior, diz estudo


Estudo publicado pelo NBER - National Bureau of Economic Research -, prestigiado centro de pesquisa americano, concluiu que entre 1995 e 2013, a parcela de funcionários públicos municipais filiados a partidos políticos no Brasil saltou de 17,7% para 30,8% do total.

Mais da metade desse aumento se deveu ao loteamento de postos de trabalho nos governos locais pelas coalizões vencedoras de eleições. 

O trabalho faz parte de uma leva de investigações recentes sobre os efeitos da distribuição de empregos no setor público em troc ade apoio político no país.

O estudo mostra que, ao longo do prazo, cada vaga ocupada por um novo afilhado político equivale à saída de um empregado sem vinculação partidária.

Segundo um dos autores do estudo, o economista Klenio Barbosa, o principal efeito nocivo do loteamento de cargos públicos de forma geral é uma piora gradual e sem fim da qualidade dos serviços públicos. Ele destaca que essa é uma "prática muito maléfica" para a sociedade.

Ainda de acordo com a pesquisa, o processo de aparelhamento no país começa com a contratação de membros filiados antes das eleições e com a demissão de funcionários ligados à oposição.

Uma descoberta dos pesquisadores que ajuda a indicar as consequências de longo prazo do loteamento é que os empregados ligados à coalizão no poder ocupam tanto cargos comissionados como vagas de estatutários concursados.

"Isso parece corroborar evidências anedóticas de que, por trás da falta de transparência em muitos processos de contratação do setor público, há indicações políticas", diz o economista.


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