
A próxima campanha política para governador provavelmente não terá nenhum candidato minimamente viável de oposição ao Executivo estadual. Como o espelho da eleição de governador é a capital do estado, podemos dizer que, o menos alinhado com a gestão Cid Gomes (PSB) é Moroni Torgan (DEM), que, todavia, está longe de ser opositor do Palácio Iracema.
Desse modo, pelas primeiras indicações que a disputa municipal de Fortaleza fornece, o atual governador larga com caminho livre para se reeleger daqui a dois anos. Não porque já tenha feito grandes realizações, por ser extremamente popular, ou por sua administração não ter sofrido desgastes.
O que ocorre é que a oposição tem se mostrado incapaz de reverter os momentos de desgaste da gestão estadual para a construção de um projeto alternativo de viabilidade política. Mas o motivo não é, pelo menos não principalmente, incompetência da oposição. A causa maior é a espécie de muro de isolamento político erguido pela articulação política do Palácio Iracema.
A eficiente fórmula de partilha de cargos, negociação de adesões, atração de aliados, somada à fragilização e isolamento de potenciais oponentes possibilitou ao governo seu mais claro, imediato e, de seu ponto de vista, mais importante sucesso: a eliminação de qualquer possível adversário que reúna forças reais.
De todo modo, os minguados opositores têm conseguido fazer barulho. Mas, daí a iniciar a consolidação de um nome que seja capaz de fazer frente a Cid nas urnas, daqui a dois anos e meio, vai enorme distância. Talvez seja cedo demais para afirmar que o governador terá vida fácil na busca pela reeleição. Mas, a preço de hoje, não terá adversário.
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