Empreiteiras e parlamentares ligados ao governo querem tirar do tribunal o poder de paralisar obras
Por trás da discussão sobre os poderes do TCU está uma questão política. Lideranças do governo afirmam que o tribunal foi aparelhado pela oposição e estaria agindo deliberadamente para barrar a execução de importantes obras do PAC. O presidente do tribunal, que tem toda uma história política ligada ao PSDB, rebate e diz que o TCU toma apenas medidas técnicas. E, para evitar que o debate sobre os poderes da instituição ganhe fôlego, tem acelerado a execução de um plano que pretende criar uma rede de controle de gestão pública.
Nos últimos meses tem ganhado força em Brasília um movimento que busca limitar os poderes do Tribunal de Contas da União (TCU). O objetivo de parlamentares ligados à base de sustentação do governo e de entidades formadas por empreiteiras é transformar o tribunal em órgão de auditoria das contas públicas, sem o poder de paralisar obras, fluxo de pagamentos ou punir os responsáveis por eventuais irregularidades em contratos e licitações. O principal argumento usado pelos defensores de um tribunal restrito é que as ações do TCU têm provocado atrasos enormes em necessárias obras de infraestrutura no País. "Precisamos apenas de auditores para fazer a análise técnica.
A palavra final tem que ser dos parlamentares. Ninguém pode parar uma obra por quatro, cinco anos", defende a senadora Serys Slhessarenko (PTMT), autora de uma PEC que substitui o TCU e os Tribunais de Contas dos Estados por "auditorias de contas". O presidente do TCU, ministro Ubiratan Aguiar, concorda que "obra parada causa danos sociais e econômicos", mas aos críticos do tribunal, lança um desafio: "O que fazer quando uma fiscalização detectar fraude ou conluio?"
A palavra final tem que ser dos parlamentares. Ninguém pode parar uma obra por quatro, cinco anos", defende a senadora Serys Slhessarenko (PTMT), autora de uma PEC que substitui o TCU e os Tribunais de Contas dos Estados por "auditorias de contas". O presidente do TCU, ministro Ubiratan Aguiar, concorda que "obra parada causa danos sociais e econômicos", mas aos críticos do tribunal, lança um desafio: "O que fazer quando uma fiscalização detectar fraude ou conluio?"
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