Em reunião do PSDB nesta quarta-feira, 18, a maioria dos presidentes dos diretórios estaduais do partido defendeu a antecipação da definição da candidatura presidencial até janeiro. O movimento representa um revés para a estratégia do governador de São Paulo, José Serra, líder nas pesquisas de intenção de voto, que deseja retardar ao máximo essa definição, para evitar desgaste político e ataques dos adversários. Mas interessa ao governador de Minas Gerais, Aécio Neves, que defende a antecipação por ser menos conhecido do eleitorado e precisar de mais tempo para viabilizar sua candidatura.
A pressão dos diretórios está sendo feita por conta do reflexo das campanhas regionais. Sem candidato escolhido, os tucanos vêm encontrando dificuldades para iniciarem suas campanhas e para montarem as alianças locais. Além disso, reclamam que o governo federal já está em ritmo eleitoral, pedindo votos para a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e articulando acordos nos Estados.
Apesar da pressão dos representantes dos diretórios estaduais, o PSDB preferiu não tomar decisão sobre o assunto na reunião, que durou quase cinco horas e foi realizada na sede do partido em Brasília.
O presidente nacional do partido, senador Sérgio Guerra (PE), entretanto, reconheceu que “100% do partido prefere resolver o quanto antes” a definição da candidatura e concorda com isso. A questão é que Guerra avalia que não adianta antecipar a definição do candidato se o gesto custar a harmonia política entre Serra e Aécio.
“O consenso geral é que todo mundo deseja uma breve solução, mas desde que isso implique numa verdadeira adesão dos dois pré-candidatos. Se essa adesão não estiver garantida ainda, melhor não resolver logo”, afirmou.
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