Vitiligo está associado com mutações em genes

Uma pesquisa feita por um grupo internacional encontrou evidências de que o vitiligo está associado com mutações em genes que atuam no sistema imunológico humano. O estudo foi publicado no site da revista Nature Genetics.

Atualmente pouco se conhece sobre o vitiligo, doença caracterizada pela perda localizada da pigmentação na pele e que teria tido entre seus portadores o pop star Michael Jackson.

No artigo, os pesquisadores descrevem como descobriram variações em dez genes associados com a resposta imunológica em pessoas com o problema. Os genes integram a família Fox, conhecida por regular a expressão gênica e a funcionalidade em linfócitos T e em outras células envolvidas na defesa contra infecções.

Os pesquisadores, liderados por Richard Spritz, diretor do Programa de Genética Médica Humana da Universidade do Colorado, identificaram os genes que aumentam o risco de desenvolvimento do vitiligo ao estudar os genomas de mais de 1,5 mil portadores da doença e compará-los com os genomas de outros que não tem o problema.

Normalmente, uma resposta imunológica é algo positivo, mas no caso do vitiligo as células que protegem o organismo aparentemente se tornam muito agressivas. Elas acabam destruindo células responsáveis pela produção de pigmentos, os melanócitos, que dão coloração à pele.

A pesquisa reforça a teoria de que há múltiplos caminhos celulares que podem contribuir para a manifestação e a progressão do vitiligo. Segundo os autores, isso torna mais complexo conseguir uma compreensão completa da doença, mas, ao mesmo tempo, oferece uma grande variedade de pontos de partida para o desenvolvimento de terapias.

– O vitiligo generalizado é um distúrbio complexo que envolve não apenas genética ou o ambiente, mas uma combinação de fatores. À medida que estudarmos os caminhos envolvidos, poderemos começar a encontrar maneiras de interrompê-los –, disse Margaret Wallace, da Universidade da Flórida, um dos autores do estudo.

– Esse avanço poderá representar uma oportunidade de pôr em prática uma medicina personalizada, na qual terapias são desenvolvidas especialmente para pessoas com suscetibilidades genéticas específicas –, afirmou.

O vitiligo afeta entre 1 milhão e 2 milhões de pessoas nos Estados Unidos, de acordo com o Instituto Nacional de Artrite e Doenças Músculoesqueléticas e da Pele. Alguns portadores da doença têm mais propensão à manifestação de outras doenças autoimunes.

Luiz Vasconcelos

O redator do blog tem formação acadêmica pela Universidade Estadual do Ceará na área de Pedagogia, no entanto, tem grande predileção pelo jornalismo.

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