Pelo menos 145 mil alunos estão com o ano letivo ameaçado em cidades de Pernambuco e Alagoas que foram devastadas pelas chuvas. Nos dois estados, os números iniciais mostram que 99 escolas foram totalmente destruídas ou ficaram danificadas pela força das águas. As que ficaram em pé estão servindo como abrigos para mais de 157 mil alagoanos e pernambucanos que tiveram que deixar suas residências.
E a reconstrução das escolas destruídas pode atrasar, já que o governo federal determinou que nenhum prédio seja erguido no mesmo local. Encontrar terrenos fora do alcance dos rios será mais um obstáculo. Assim é possível que muitos estudantes não tenham como voltar às aulas ainda este ano.
Um levantamento da Secretaria de Educação de Pernambuco mostrou que 12 escolas estaduais e municipais foram destruídas e outras 62 ficaram danificadas. Essas unidades atendiam cerca 45 mil alunos nas cidades mais prejudicadas pela enchente. De acordo com a secretaria, o número de escolas destruídas e alunos prejudicados é preliminar, já que algumas cidades ainda não passaram informações de como foram afetadas. Pelo menos 39 cidades – 12 em estado de calamidade pública e 27 em emergência – devem atualizar as informações da destruição. Por isso, a expectativa é que os números negativos na área de educação no estado – escolas destruídas e alunos sem aulas – seja ainda maior.
Mesmo em algumas cidades em que o prédio escolar ficou de pé, há problemas de toda natureza que impedem a retomada das aulas. Em alguns casos, os próprios professores e servidores da educação foram vítimas da chuva: perderam casa e roupas e estão alojados em abrigos, às vezes distantes dos locais onde moravam e trabalhavam. Exemplo disso ocorreu em Branquinha, Alagoas. Nessa cidade, a devastação causada pela enchente derrubou 90% dos imóveis, incluindo casas onde moravam professores e quase todos os prédios públicos, incluindo as escolas. Os documentos dos alunos foram levados pela cheia. As férias escolares foram antecipadas e já começaram. Só a escola estadual que fica na parte alta da cidade acabou se salvando da força das águas do rio Mundaú, mas ela virou abrigo.
Em Alagoas, o número de escolas destruídas também é preliminar. Segundo a secretaria de Educação, pelo menos 25 escolas ruíram ou foram afetadas pelas chuvas. Outras 22 escolas tiveram pequenos danos. A secretaria já afirmou que o ano escolar nestes lugares vai atrasar. As escolas que não foram invadidas pelas águas também foram ocupadas por desabrigados e outras foram saqueadas, o que não permite a volta dos alunos. Até a merenda escolar foi roubada.
A Secretaria de Educação de Alagoas informou que mesmo as escolas que resistiram à enxurrada, material didático, carteiras e outros equipamentos ficaram estragados. A documentação dos alunos também foi levada pela cheia.
Fonte: Globo Online
