Vinte mil pequenos e médios produtores rurais do Ceará serão prejudicados com o fechamento dos postos da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) no período de 20 de dezembro deste ano a 7 de janeiro de 2010. Conforme determinação da matriz da Conab, em Brasília, o Programa de Vendas em Balcão, que viabiliza a venda direta de estoques públicos de produtos agrícolas, como milho, para abastecer criadores e agroindústrias de pequeno porte, funcionará apenas até 17 de dezembro deste ano, devendo retomar o atendimento no dia 10 de janeiro de 2011. A remoção de milho proveniente do Mato Grosso para suprir a demanda local, devido à seca que resultou na perda de quase 90% da safra cearense do produto, será suspensa a partir do próximo dia 15 (quarta-feira).
De acordo com o presidente eleito da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), Flávio Saboya, a suspensão da comercialização de milho no respectivo período afetará os produtores que estão sem estoque para alimentar seus rebanhos.
Impacto
"Eles não estavam preparados para essa situação. Até bem pouco tempo estava faltando milho nos postos da Conab. Em função da seca nossos produtores estão muito dependentes da comercialização de milho no balcão da Conab", reclama.
Para Saboya, a decisão administrativa tomada pela Conab em Brasília não avaliou os impactos nas regiões sujeitas a seca, como o Ceará e todo o Nordeste, que passaram a comprar o milho como alternativa para alimentação de criações. "Teremos reflexos nas atividades econômica e na manutenção do rebanho no Estado".
Protesto
Na tentativa de reverter a situação, a Faec encaminhou ofícios ao secretário executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) - órgão que coordena as operações da Conab no País, Geraldo Fonteles, explicando o problema com o propósito de mudar a determinação. "Num ano normal, sem seca, os postos da Conab atendem cerca de mil produtores no Estado. Mas hoje, nessa situação de escassez, temos 20 mil pequenos e médios produtores que dependem do milho comercializado pela Conab. No mercado uma saca de 60 quilos do produto vale R$ 40,00, enquanto nos postos da Conab, ela sai por R$ 30,00".
DN
Tags
REGIONAL