Jucás. Nos últimos seis meses, os doces de goiaba e de leite em pasta, cremoso e em tijolinhos, ganharam embalagens plásticas, e com rótulo chegaram às mercearias e mercadinhos na zona rural e em alguns pontos de venda nas cidades de Jucás e Iguatu. Caiu no gosto dos consumidores. A produção artesanal e em pequena escala não consegue atender à demanda.
A produção limitada atual ainda reflete os períodos de dificuldades que a família enfrenta ao longo dos anos, de uma vida de trabalhadores rurais e de numerosos filhos. O casal, Regina Gomes e José de Souza Machado, cresceu e se conheceu no Sítio Parelhas, que fica ao lado da CE-282, entre Iguatu e Jucás. É uma pequena comunidade. Tiveram 15 filhos, porém 13 sobreviveram.
José Machado sempre trabalhou na agricultura, cuidando do gado e plantando um roçado de milho e feijão, em terras alugadas. O ganho era pouco e insuficiente para atender as necessidades de uma família que crescia a cada ano. "A gente era muito pobre e procurei fazer doce para ter algum ganho", contou a dona de casa, Regina Machado. "Comecei a fazer cocada e tijolinho de leite e vendia na redondeza, de casa em casa".
A doceira Regina Machado aprendeu a arte de transformar leite e goiaba em doces com a tia, Maria Gomes, que a criou desde os dois anos, após a morte da mãe. "Ela fazia doce em um fogão a lenha e aos poucos fui aprendendo as receitas, o jeito de mexer", contou. "O segrego é dar o ponto certo, a hora de tirar do fogo".
Eram tempos difíceis. Casada, e com poucas condições de sobrevivência era necessário encontrar alternativa para melhora a renda da família. A produção de cocadas deu certo. Os moradores dos sítios vizinhos aprovaram o sabor do doce. "O meu marido trabalhava como vaqueiro e trazia leite e o que sobrava, comecei a aproveitar para fazer as cocadas", contou a doceira.
Somente há uma década e meia começou a produção de doce de coco, de banana e de leite dos tipos pastoso e cremoso. Até recentemente, o produto era vendido em latas de leite em pó, reaproveitadas, adquiridas na maioria das vezes nas casas da própria freguesia. "As pessoas guardavam as embalagens pra gente", contou Silvana Machado. Nos últimos seis meses, houve uma reviravolta na pequena unidade de produção caseira, da agricultura familiar, que aos poucos está transformando a vida dessa família. Outro produtor de doce na sede do distrito de São Pedro, também em Jucás, desistiu da atividade e ofereceu à Regina Machado uma panela de ferro (tacho), uma colher de pau e duas formas de madeira para o corte dos tijolinhos de leite.
A família comprou os utensílios e também recebeu do ex-produtor informações sobre as técnicas de produção e conservação para evitar que os tijolinhos e os doces fiquem mofados. Os produtos ganharam embalagens plásticas e rótulo. E aos poucos chegaram às prateleiras de mercearias e mercadinhos em vilas rurais, distritos e nas cidades de Jucás e Iguatu.
"Se o senhor perguntar se estamos satisfeitos, eu digo que sim", fez questão de frisar o agricultor, José Machado. "Não vendemos mais porque não produzimos muito, ainda precisamos de mais um tacho e não temos transporte para entregar os doces". A família também enfrenta limitações na comercialização em face da falta de uma empresa constituída. Silvana Machado conta que a família vai procurar obter informações junto ao Sebrae para abertura de uma empresa agrofamiliar.
Honório BarbosaRepórter
A produção limitada atual ainda reflete os períodos de dificuldades que a família enfrenta ao longo dos anos, de uma vida de trabalhadores rurais e de numerosos filhos. O casal, Regina Gomes e José de Souza Machado, cresceu e se conheceu no Sítio Parelhas, que fica ao lado da CE-282, entre Iguatu e Jucás. É uma pequena comunidade. Tiveram 15 filhos, porém 13 sobreviveram.
José Machado sempre trabalhou na agricultura, cuidando do gado e plantando um roçado de milho e feijão, em terras alugadas. O ganho era pouco e insuficiente para atender as necessidades de uma família que crescia a cada ano. "A gente era muito pobre e procurei fazer doce para ter algum ganho", contou a dona de casa, Regina Machado. "Comecei a fazer cocada e tijolinho de leite e vendia na redondeza, de casa em casa".
A doceira Regina Machado aprendeu a arte de transformar leite e goiaba em doces com a tia, Maria Gomes, que a criou desde os dois anos, após a morte da mãe. "Ela fazia doce em um fogão a lenha e aos poucos fui aprendendo as receitas, o jeito de mexer", contou. "O segrego é dar o ponto certo, a hora de tirar do fogo".
Eram tempos difíceis. Casada, e com poucas condições de sobrevivência era necessário encontrar alternativa para melhora a renda da família. A produção de cocadas deu certo. Os moradores dos sítios vizinhos aprovaram o sabor do doce. "O meu marido trabalhava como vaqueiro e trazia leite e o que sobrava, comecei a aproveitar para fazer as cocadas", contou a doceira.
Somente há uma década e meia começou a produção de doce de coco, de banana e de leite dos tipos pastoso e cremoso. Até recentemente, o produto era vendido em latas de leite em pó, reaproveitadas, adquiridas na maioria das vezes nas casas da própria freguesia. "As pessoas guardavam as embalagens pra gente", contou Silvana Machado. Nos últimos seis meses, houve uma reviravolta na pequena unidade de produção caseira, da agricultura familiar, que aos poucos está transformando a vida dessa família. Outro produtor de doce na sede do distrito de São Pedro, também em Jucás, desistiu da atividade e ofereceu à Regina Machado uma panela de ferro (tacho), uma colher de pau e duas formas de madeira para o corte dos tijolinhos de leite.
A família comprou os utensílios e também recebeu do ex-produtor informações sobre as técnicas de produção e conservação para evitar que os tijolinhos e os doces fiquem mofados. Os produtos ganharam embalagens plásticas e rótulo. E aos poucos chegaram às prateleiras de mercearias e mercadinhos em vilas rurais, distritos e nas cidades de Jucás e Iguatu.
"Se o senhor perguntar se estamos satisfeitos, eu digo que sim", fez questão de frisar o agricultor, José Machado. "Não vendemos mais porque não produzimos muito, ainda precisamos de mais um tacho e não temos transporte para entregar os doces". A família também enfrenta limitações na comercialização em face da falta de uma empresa constituída. Silvana Machado conta que a família vai procurar obter informações junto ao Sebrae para abertura de uma empresa agrofamiliar.
Honório BarbosaRepórter
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