O promotor-chefe do Tribunal Internacional, Luis Moreno-Ocampo, disse, ontem, que autoridades líbias tinham decidido matar possíveis manifestantes desarmados que se opunham a Muamar Kadafi antes mesmo de a revolta popular se alastrar no Oriente Médio e no norte da África vinda de Tunísia e Egito.
De acordo com Moreno-Ocampo, o regime de Kadafi tinha um plano, que começou a ser traçado em janeiro, que autorizava o uso de gás lacrimogêneo e, se necessário, disparos contra os manifestantes.
Foi a primeira vez que o tribunal, situado em Haia, citou um plano de Kadafi para matar o seu próprio povo.
- Temos provas de que, depois dos conflitos na Tunísia e no Egito em janeiro, pessoas do regime estavam planejando como controlar as manifestações dentro da Líbia - comentou o promotor-chefe. - Elas estavam planejando como lidar com a multidão. A prova que temos é que atirar em civis era uma estratégia. O plano original era usar gás, mas, se ele falhasse, viriam os tiros - completou.
Tags
INTERNACIONAIS