Camareira consentiu ato sexual, diz defesa

Nova York - Os advogados de defesa de Dominique Strauss-Kahn, diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) acusado de abuso sexual e tentativa de estupro de uma camareira, alegam que podem ter havido relações sexuais consentidas entre os dois, segundo publicou ontem o jornal "New York Post".

"As provas, a nosso ver, não apontam para um encontro realizado pela força", disse ao jornal o famoso criminalista Benjamin Brafman, conhecido por ter representado estrelas da música nos EUA, como Michael Jackson e o rapper Jay-Z.

Segundo uma fonte anônima próxima à defesa de Strauss-Kahn, "pode ter havido consentimento" da camareira, da qual a única coisa que se sabe é que se trata de uma imigrante africana de 32 anos.

A versão da defesa destoa significativamente da apresentada pela Promotoria de Manhattan, que afirma que o francês "fechou a porta do quarto de seu hotel para evitar que a vítima, uma empregada de limpeza, pudesse escapar".

Preso em Nova York, Dominique Strauss-Kahn, é mantido sob um esquema de vigilância especial contra suicídio. A cada período de 30 minutos um guarda checa sua cela, segundo o porta-voz da penitenciária de Rikers Island, Stephen Morello.

Strauss-Kahn, chefe do FMI e uma expoente figura política francesa era apontado como um favorito às eleições presidenciais de seu país, em 2012.

Líderes financeiros da Espanha e da Áustria sugeriram, ontem, que Strauss-Kahn considere renunciar ao cargo. No entanto, há quem defenda esperar mais antes de uma decisão, o que torna mais difícil uma previsão sobre o futuro do político francês.

Trauma
A camareira que diz ter sido sexualmente agredida pelo diretor-gerente do FMI é descrita por vizinhos e seu advogado como uma imigrante simples, que agora teme por seu futuro.

"Para ela, o mundo virou de cabeça para baixo", disse o advogado Jeff Shapiro, que falou à emissora depois que sua cliente foi supostamente agredida. "Ela é uma pessoa trabalhadora, uma mãe solteira que sustenta uma jovem de 15 anos. Elas vivem juntas e ela estava feliz por ter um emprego, com o qual era capaz de garantir abrigo e comida para ambas", disse.

"Desde que isto aconteceu, ela não tem conseguido ir para casa. Ela não consegue voltar ao trabalho e não tem ideia de como será seu futuro", afirmou, acrescentando: "além do que aconteceu no quarto de hotel, o trauma que tomou conta de sua vida é extraordinário".


Luiz Vasconcelos

O redator do blog tem formação acadêmica pela Universidade Estadual do Ceará na área de Pedagogia, no entanto, tem grande predileção pelo jornalismo.

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