Hospital do Cariri enfrenta dificuldades para contratar médicos

Apesar de ter sido inaugurado pelo Governo do Estado há mais de um mês para atender a população de 42 municípios do Cariri, o Hospital Regional do Cariri (HRC) não tem conseguido atrair médicos de algumas especialidades.

Comparando-se o número de vagas do primeiro edital e a lista de classificados, é possível verificar que sobram vagas para médicos. Das 19 vagas destinadas a emergencistas, por exemplo, apenas oito foram preenchidas depois do primeiro concurso. Dos 29 profissionais previstos para terapia intensiva, só quatro foram selecionados. A área de Neurocirurgia foi a menos procurada pelos médicos: das sete vagas nenhuma delas foi preenchida. O HRC começa a funcionar segunda-feira com atendimento no setor de imagem.

Para selecionar os profissionais, a organização social que gerencia o Hospital promoveu um concurso em outubro de 2010, para cargos de nível médio e superior, e outro está em andamento para cargos médicos de 14 especialidades. Este concurso teve, inclusive, as inscrições estendidas até hoje.

De acordo com José Flávio Vieira, delegado do Sindicato dos Médicos do Ceará (Simec) no Cariri, faltam profissionais nas áreas de Anestesia, Terapia Intensiva, Ortopedia e Neurocirurgia. Na avaliação de Vieira e José Maria Pontes, presidente do Simec, a dificuldade em encontrar médicos está nos baixos salários oferecidos.

Do primeiro para o segundo concurso, os valores oferecidos passaram de R$3.693,69 para R$ 3.915,31, para jornada de 24h semanais, e de R$ 4.617,11 para R$ 4.894,14 para jornada de 30h semanais.

O presidente do Simec, José Maria Pontes, elogia a iniciativa de construção do Hospital Regional do Cariri. Para ele, porém, mais importante do que o Hospital estar equipado, é estar preparado para receber os pacientes. “Não se faz saúde só com hospital. Tirando o paciente, o mais importante é o medico e os outros profissionais de saúde”, pontua.

O presidente do sindicato diz ver com “preocupação” a dificuldade do Governo do Estado em atrair médicos para o Hospital Regional. “A crise na Saúde chegou ao ponto de que fica ameaçado o trabalho dos médicos (no Interior)”, argumenta Pontes.

Sesa rebate
Para o secretário da Saúde do Estado, Arruda Bastos, não procede a relação entre as vagas não preenchidas e os salários ofertados. De acordo com Bastos, os valores não são diferentes dos oferecidos no serviço público. “O Hospital é novo. Existe a carência porque muitos profissionais vêm de outras regiões. Muitos ainda estão arrumando suas vidas para vir para o Ceará”, avalia.

De acordo com o secretário, já foram selecionados 53 médicos e outros estão se apresentando. Ainda segundo ele, o número de profissionais selecionados “dá tranquilidade de que vamos completar o quadro de profissionais.

Bastos informa que o setor de urgência e emergência do Hospital deve começar a funcionar em junho.

Questionado sobre a possibilidade de as seleções em andamento prejudicarem o cronograma de funcionamento do Hospital Regional, Bastos diz não ter preocupação porque, segundo ele, o modelo de contratação constante “é a forma como trabalhamos desde 2001”.

O POvo

Luiz Vasconcelos

O redator do blog tem formação acadêmica pela Universidade Estadual do Ceará na área de Pedagogia, no entanto, tem grande predileção pelo jornalismo.

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