Uma ossada humana foi descoberta em uma caixa enviada por correio do Rio de
Janeiro para Viçosa do Ceará, a 348 km de Fortaleza, na última terça-feira (19).
Segundo o delegado Franco Pinheiro, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa
(DHPP), a ossada foi encontrada após ser abandonada por quadrilha que roubou o
caminhão dos Correios na última sexta-feira (22), em Croatá, Região Norte do
Ceará. “Os Correios estranharam o fato de a caixa ter sido deixada para trás e
decidiram passar pelo raio X”, explica o delegado.
Segundo Pinheiro, dentro da caixa também havia envelopes com documentos e uma
ordem de exumação emitida pela prefeitura do Rio de Janeiro. O delegado
descobriu que a ossada era de uma pessoa que morava na capital fluminense, morta
em 2008. “Eles (família) queriam trazer os restos mortais do parente para serem
enterrados aqui (Ceará) e pediram a um amigo que providenciasse tudo”, diz.
Atendendo ao pedido, o amigo da família procurou a prefeitura do Rio e
preparou a documentação necessária para enviar a ossada, que foi exumada. Mas
errou ao pensar que os Correios pudessem enviar o corpo para a família. “Ele
tinha de contratar os serviços de uma funerária e pedir uma ordem de translado”,
afirma o delegado.
Não tendo passado por equipamentos de raio X ao sair do Rio de Janeiro, a
caixa contendo os ossos viajou até o Ceará, onde também passou pela triagem sem
problemas.
''Caso não foi tratado como crime''
Segundo o delegado Franco Pinheiro, apesar de ter enviado os ossos de forma indevida, foi constada a tentativa de enviar os restos mortais de forma legal, sendo assim, “o caso não foi tratado como um crime”. A lei federal 6.538/78 proíbe esse tipo de transporte via Correios.
Segundo o delegado Franco Pinheiro, apesar de ter enviado os ossos de forma indevida, foi constada a tentativa de enviar os restos mortais de forma legal, sendo assim, “o caso não foi tratado como um crime”. A lei federal 6.538/78 proíbe esse tipo de transporte via Correios.
Caso houvesse indiciamento, os responsáveis poderiam ser enquadrados por
homicídio ou ocultação de cadáver. A pena para quem comete homicídio varia,
segundo o delegado, de 12 a 30 anos. Já para ocultação de cadáver, a pena seria
mais branda: de um a três em reclusão e multa. "Mas não há indiciamento. Se não
há crime, não há como enquadrar", explica o delegado.
Após o esclarecimento do caso a ossada foi encaminhada ao Serviço de
Verificação de Óbitos (SVO), onde aguarda a família. A assessoria de comunicação
dos Correios informou que a checagem das cargas no raio X é feita por meio de
amostragem, abrangendo de 45% a 50% das encomendas transportadas apenas no
território nacional. (Fonte G1)
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