O ex-governador Ciro Gomes defendeu ontem a
quebra do paradigma pedagógico tradicional que implica em saber
perguntar e não em reproduzir passivamente o que se aprende. “O que não
for inovador não vai sobreviver ao empreendedorismo”, destacou ontem em
palestra no Seminário Empreender 2011. Para ele, é preciso estar atento
para as condições desiguais para produzir no mundo. Também fez
considerações sobre porque o brasileiro, mesmo tendo a maior vocação
empreendedora, não obteve o mesmo sucesso que a Coreia do Sul.
Para
ele, é falsa a “verdade” de que tudo é culpa da educação. Considerando
que não é só isso destacou que a Coreia assumiu uma atitude
empreendedora e 30 anos depois tem mais que o dobro de patentes que o
Brasil. “O Brasil não tem nenhuma marca global de veículo e de
eletrônico e a Coreia tem várias”, observou, considerando que a educação
que importa é a que associa a informação existente com informação nova.
E completa que a cultura da inovação implica em saber perguntar.
Abordando
do tema Políticas Inovadoras para o Desenvolvimento do
Empreendedorismo, Gomes afirmou que existe uma distância muito grande
entre o sistema pedagógico que leva à inovação e a escola atual.
“Temos uma escola careta, velha e vencida”, afirmou. Fez questão de
observar que a mudança de paradigma pedagógico não passa por deixar de
aprender o bom Português e a dominar a boa Geografia e História que são
essenciais para compreender o mundo, as dificuldades.
Para
Gomes é mentirosa a ideologia neoliberal que diz que a economia mundial
está globalizada. “O que está globalizada mesmo é a informação”,
ressaltou, acrescentando que a humanidade está sendo induzida a
acreditar que a felicidade é consumir elementos de um padrão
internacional de consumo. Para ele, o consumidor do futuro não vai
perguntar só quanto custa, mas como aquele produto é feito, se afeta a
natureza e quem está ganhando com aquele consumo. Adianta que esse novo
consumidor, que já existe, vai crescer.
O Povo
Artumira Dutra
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