O número de acidentes fatais com moto, entre mulheres, aumentou 875%, de 1996 a 2010, no Ceará, passando de oito para 78 casos. O dado é do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), divulgado ontem pelo Ministério da Saúde. A quantidade de vítimas do sexo feminino vem crescendo sensivelmente. No entanto, o número de homens envolvidos em acidentes de trânsito ainda é bem superior ao de mulheres.
De acordo com o Departamento Estadual de Trânsito do Ceará (Detran-Ce), no ano passado, morreram 1.770 homens e 9.328 ficaram feridos em acidentes. Já entre as mulheres, 291 faleceram e 2.394 ficaram feridas. Em 2010, esse número era maior. Foram 2.565 pessoas do sexo feminino feridas em acidentes de moto.
No Brasil, de 1996 a 2010, a quantidade de mortes de pessoas do sexo feminino em acidentes com motocicletas cresceu 16 vezes, enquanto o número de homens que morreram nestas ocorrências aumentou 13 vezes no mesmo período.
Os acidentes com motocicletas são temas de grandes preocupações por parte das autoridades, órgãos de trânsito e especialistas da área, sendo considerado um problema de saúde pública, principalmente quando se trata de motos.
Um dos fatores preponderantes no incremento do número de acidentes é o aumento da frota de motocicletas, meio de transporte utilizado por 10,2 mil dos 41 mil brasileiros que perderam a vida no trânsito em 2010. De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, especialmente em cidades com menos de cem mil habitantes, tem aumentado o número de motociclistas, inclusive do sexo feminino, tornando as mulheres mais vulneráveis aos acidentes de trânsito.
No Ceará não é diferente. Segundo a diretora de planejamento do Detran-CE, Lorena Moreira, o número de pessoas do sexo feminino conduzindo motocicletas aumentou, inclusive porque o veículo é usado como meio de transporte para o trabalho. "Cresceu a quantidade de mulheres que hoje ocupam profissões que dependem de meios de transporte e que antes era estritamente dos homens, como a de entregador", destaca.
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