Uma lei que entra em vigor nesta sexta-feira proíbe civis de comprarem armas e munição na Venezuela. A norma, iniciativa do governo de Hugo Chávez, estabelece que somente militares, a polícia e empresas de segurança estão autorizados a comprar material da empresa que fabrica e importa armamento para o país.
A medida tem como objetivo frear a violência nas ruas da Venezuela, onde a cada duas horas um homicídio é registrado. Em setembro de 2011, uma pesquisa mostrou que 80% dos venezuelanos consideravam a violência urbana o problema mais grave do país. A poucos meses das eleições presidenciais de outubro, o governo busca um último recurso para atacar a situação, depois de 11 planos de segurança fracassarem.
O instituto de estatísticas Observatório Venezuelano da Violência (OVV) informa que cerca de 136 mil pessoas foram assassinadas por criminosos comuns desde 1999. Só em 2011, foram registrados 17.336 homicídios. Além disso, a impunidade agrava a situação, pois 90% dos casos de denúncias de homicídio sequer chegam a ser julgados ou investigados.
A oposição venezuelana tem feito da falta de segurança a principal bandeira contra o governo de Chávez. No ano passado, sete governadores, o prefeito da capital, Caracas, e outras autoridades assinaram um documento — chamado Manifesto de Petare — exigindo que o governo respeite as administrações locais para que estas possam melhor comandar a força policial de cada região.
O governo Chávez evita falar na questão da violência, mas sempre assegura que o problema também é responsabilidade dos prefeitos e governadores da oposição. Em 14 de setembro de 2010, o presidente pediu à Assembleia Nacional que investigasse a atuação dos chefes policiais de estados governados por partidos opositores. (O Globo)
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