Por unanimidade, Conselho de Ética aprova cassação de Demóstenes



O Conselho de Ética do Senado aprovou ontem, por unanimidade, a cassação do mandato do senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) por quebra de decoro parlamentar. Os 15 membros do conselho aprovaram o relatório do senador Humberto Costa (PT-PE), que apontou "vantagens indevidas" e "irregularidades graves" cometidas pelo ex-líder do DEM.

O pedido segue agora para votação na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Em seguida, vai ao plenário, em votação secreta, onde ao menos 81 senadores precisam aprová-lo para Demóstenes perder o mandato em definitivo.

Relatório

Com 79 páginas, a leitura do relatório de Costa durou três horas. Ele rebateu as versões apresentadas por Demóstenes de que desconhecia atividades ilícitas de Cachoeira. Costa disse que Demóstenes, suplente da extinta CPI dos Bingos, sabia que Cachoeira teve o indiciamento aprovado pela comissão por diversos crimes.

"É incrível que alguém com tanto conhecimento na área de informação e contrainformação simplesmente nada soubesse sobre uma pessoa que lhe era tão próxima."

Costa afirmou que Demóstenes agia como uma espécie de "despachante de luxo" de Cachoeira ao defender seus interesses no governo. E que a vida política do senador "gravita em torno dos interesses" de Cachoeira desde 1999.

Defesa

O advogado de Demóstenes, Antônio Carlos de Almeida Castro, discursou em nome do senador. Disse estar convicto de que o Supremo Tribunal Federal anulará as escutas que flagraram conversas do senador e pediu que o caso fosse julgado com independência. Kakay, como é conhecido, afirmou que Costa mencionou fatos inverídicos no relatório, como uma viagem que Demóstenes teria feito ao litoral do Rio de Janeiro em avião particular que pode ter sido pago por Cachoeira.


Luiz Vasconcelos

O redator do blog tem formação acadêmica pela Universidade Estadual do Ceará na área de Pedagogia, no entanto, tem grande predileção pelo jornalismo.

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