Em Canindé, na Zona Norte do Ceará, agricultores da zona Rural andam até quatro quilômetros por dia para encher baldes com água. “Tem dias que ainda volto para buscar de novo”, diz a agricultora Ana Maria Barros Pereira. Sem água no açude da região onde mora e nas torneiras, ela conta com a água do açude mais próximo que ainda não secou totalmente.
Em 2012, o Ceará sofre uma das piores secas dos últimos 40 anos, de acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). Segundo o órgão, o nível de precipitação no estado neste ano é 10 vezes inferior à média histórica anual. Devido à falta de chuva, 174 das 184 cidades do Ceará estão em situação de emergência.
A escola pública da cidade funciona há dois meses com ajuda dos vizinhos, que cedem água que é servida aos alunos. A própria escola não tem como armazenar a água.
Em Milhã, no Sertão Central do Ceará, a cidade corre o risco de sofrer um colapso de água, de acordo com o secretário da cidade Rony Figueiredo. “Não existe água no município de Milhã. Estamos pedindo socorro ao governador do estado, defesa civil, governo federal para que a gente possa suprir a necessidade de água no nosso município”, diz Figueiredo.
Segundo a Defesa Civil do Estado do Ceará, a operação Carro-Pipa, que leva água a poços por meio de carros-tanque, está atuando em 27 cidade onde a situação é mais crítica. “Paralelamente a esse serviço estamos fazendo a limpeza e bombeamento de água dos poços profundos. Em breve estaremos instalando 230 poços no Ceará”, afirma major Wagner Maia, da Defesa Civil. (G1)
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