Morreu às 21h55 desta quarta-feira (5) no Rio de Janeiro, o arquiteto Oscar Niemeyer, de 104 anos. Ele estava internado desde 2 de novembro no Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul. Reconhecido internacionalmente por suas obras, Niemeyer completaria 105 anos em15 de dezembro.
Nesta quarta, um boletim médico informava que o estado de saúde do arquiteto havia piorado e era considerado grave.
Ainda segundo o hospital, Niemeyer respirava com a ajuda de aparelhos e encontrava-se sedado por causa de uma infecção respiratória.
Nascido em 15 de dezembro de 1907, no Rio de Janeiro, de uma família burguesa de origem alemã, portuguesa e árabe, Oscar Niemeyer criou mais de 600 projetos ao redor do mundo em mais de 70 anos de carreira. Continuou trabalhando até os últimos dias em seu atelier de grandes janelas curvas, em frente à praia de Copacabana e, ao morrer, tinha cerca de 20 obras em curso em vários países.
Em 1960, ao lado do urbanista Lúcio Costa e do paisagista Roberto Burle Marx, idealizou a nova capital do país, Brasília, com formato de avião, e edifícios futuristas de linhas sinuosas como curvas de mulher em cimento armado, que se transformaram em ícones do país. Pelo inovador uso do cimento em seus edifícios de Brasília, o chamado "arquiteto da sensualidade" ganhou, em 1988, o prêmio Pritzker, o equivalente ao Nobel de Arquitetura.
Em cadeira de rodas há quatro anos por causa de uma fratura de pélvis, Niemeyer foi hospitalizado várias vezes este ano e no ano passado, e costumava dizer que "ter mais que 100 anos é uma merda".
A assessoria da Presidência da República informou na noite desta quarta (5) que o velório do arquiteto Oscar Niemeyer será realizado no Palácio do Planalto, sede do governo federal, em Brasília.
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