Com as novas acusações feitas por Marcos Valério, operador do mensalão, em depoimento dado em setembro ao Ministério Público, dirigentes do PT e fontes palacianas, inclusive os mais próximos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, consideram nos bastidores que será inevitável uma investigação contra ele.
Para enfrentar os escândalos dos últimos meses, Lula disse a amigos que sua ação de defesa mais enfática começará em fevereiro ou março de 2013, quando voltará a fazer pelo país as caravanas que ficaram famosas em suas primeiras campanhas ao Palácio do Planalto. O ex-presidente considera que a melhor forma de responder às acusações é conversar diretamente com o povo.
Ontem, vários senadores do PT ocuparam a tribuna para defender Lula das acusações feitas pelo empresário Marcos Valério. O senador Jorge Viana (PT-AC) disse que há uma tentativa de desmoralizar o ex-presidente petista, mas criticou a aprovação de convite ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para falar na Comissão Mista de Controle de Inteligência sobre uma suposta lista de propina de Furnas em seu governo. “Há uma campanha para destruir a imagem de Lula, mas isso não nos dá razão para fazer o olho por olho. Eu vou continuar respeitando o ex-presidente Fernando Henrique. Em seu governo, endossei documentos que pediam investigações, mas nunca questionei sua honestidade”, disse Viana.
A aprovação do convite se deu com articulação do líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), com o senador Fernando Collor (PTB-AL), presidente da Comissão. Após a aprovação, Tatto disse “se querem guerra, vão ter guerra”.
O primeiro a subir a tribuna do Senado para defender Lula foi Lindberg Faria (PT-RJ), seguido de Walter Pinheiro e Wellington Dias (PT-PI).
(Diário de São Paulo)
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