Oposição a Chávez conclama militares a impedir adiamento da posse


CARACAS - Defendida nos últimos dias pela cúpula do chavismo, a possibilidade de extensão do atual mandato do presidente Hugo Chávez - em estado grave em Havana - foi ontem expressamente rejeitada pelos partidos oposicionistas reunidos na Mesa da Unidade Democrática (MUD). A coalizão se reuniu a fim de discutir a crise política do país e, para seus líderes, as incertezas geradas pela longa internação do mandatário já suscitam uma rivalidade camuflada entre os líderes governistas, divididos entre aliados do vice-presidente Nicolás Maduro e do presidente da Assembleia Nacional (AN), o deputado Diosdado Cabello. A oposição, por isso, conclamou as Forças Armadas a atuarem como “guardiãs da Constituição”, fazendo respeitar a data estabelecida pela lei para a posse: o próximo dia 10.


Nada indica que Chávez deva se recuperar até quinta-feira, quando inicia-se sua nova gestão. Seu delicado estado de saúde tem gerado múltiplas interpretações da Carta Magna. Maduro insiste que a cerimônia de posse é uma mera “formalidade”, uma vez que Chávez, vitorioso na última eleição, já está à frente do país. Para os oposicionistas, porém, na ausência do mandatário, Cabello deve assumir interinamente o poder na Venezuela, como estabelece a Constituição no caso de ausência do presidente.

- Existe uma regra muito clara na Constituição: quando um presidente eleito não pode apresentar-se, o poder passa para outra autoridade eleita pelo povo, que é o presidente da AN - defendeu o deputado Julio Borges, líder do Primeiro Justiça, partido integrante da MUD. - O medo que Maduro tem de Cabello é de tal magnitude que ele não se atreve sequer a deixá-lo encarregado do poder, por não haver confiança nele. (O GLOBO)






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