Dos 184 municípios que compõem o Estado do Ceará, 128 possuem localidades que recebem água de carro-pipa. Destes, apenas 20 têm veículos cadastrados no Sistema de Informação da Qualidade da Água e coletaram amostras para a vigilância da qualidade da água. Do restante, que corresponde a 84,3%, não se sabe qual a procedência da água.
A situação ainda é pior do que se imagina, pois, destes 20 municípios, foram coletadas 245 amostras para análise do coliforme total, e 109 estavam contaminadas, ou seja, 44,4%. As informações estão no Relatório Sobre Vigilância da Qualidade da Água, da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).
A discussão veio à tona, na manhã de ontem, durante a reunião dos secretários de Saúde dos Estados do Nordeste, cujo o tema central foi a maior seca dos últimos 50 anos, que já atinge 1.415 municípios.
De acordo com o documento, a Operação Carro-Pipa não atende, de modo geral, aos mecanismos efetivos para controle de qualidade da água ofertada à população, o que causa extrema preocupação para a gestão de saúde, tendo em vista os gastos excedentes para o tratamento das mais variadas doenças, principalmente as diarreicas. Além disso, segundo a Sesa, não há clareza, na Operação Carro-Pipa, sob em quem recai a responsabilidade pelo controle.
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