As denúncias de desvio de verbas de contratos internacionais da Petrobras para políticos do PMDB e do PT podem resultar na instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). O deputado Maurício Quintella (PR-AL) afirmou que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que a comissão seja instalada.
Nas denúncias, publicadas pela revista "Época" deste fim de semana, o engenheiro e ex-funcionário da Petrobras João Augusto Rezende Henriques afirma que integrantes do PMDB de Minas teriam recebido propina de contratos internacionais assinados pela estatal. Na reportagem, o engenheiro citou o atual ministro da Agricultura, Antônio Andrade, e o presidente da Comissão de Finanças da Câmara, João Magalhães.
O dinheiro, de acordo com João Augusto, não ficava apenas com essa turma. Segundo o relato dele e dos outros lobistas, o secretário das Finanças do PT, João Vaccari, recebeu o equivalente a US$ 8 milhões durante a campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010. João Augusto diz que organizou, com Vaccari, o repasse para a campanha de Dilma. O dinheiro, segundo ele, foi pago pela Odebrecht, em razão de um contrato bilionário fechado na área internacional da Petrobras, que dependia de aprovação do então presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, do PT.
O primeiro pedido de CPI, que reuniu 199 assinaturas, partiu de três deputados: Quintella, Carlos Magno (PP-RO) e Leonardo Quintão (PMDB-MG). O pedido aguarda sua vez numa fila de requerimentos de CPIs e, se não houver uma decisão judicial favorável, não deverá ser instalada até o final de 2014. Por isso, Quintella vai recorrer ao STF.
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