Depois de um ano e sete meses de investigação, finalmente a polícia conseguiu esclarecer o assassinato do empresário Francisco Fábio de Vasconcelos, 49 anos, morto com três tiros na cabeça no interior de sua empresa, localizada na CE-090, em Caucaia.
O crime ocorreu na noite de 20 de julho de 2012. O prédio foi invadido por três homens armados que, aparentemente, entraram ali para praticar um assalto. O empresário foi executado sumariamente sem oferecer nenhuma reação. Na ação os assassinos levaram a quantia de R$ 7 mil reais.
Prisões
Nesta quarta-feira (5) a justiça de Caucaia decretou a prisão dos implicados na trama. A viúva do empresário, Antônia Neuda Cândido de Oliveira Vasconcelos, 34; seu amante e então sócio da vítima, Erivaldo de Oliveira Pordeus, o 'Lourinho', tido como o mandante do assassinato; além de José Wilton da Silva Pires, o 'Zé do Cajueiro', que seria o intermediário na contratação dos três pistoleiros; e Elioberto Santana Moura, o 'Léo', um dos matadores que se passaram por ladrões.
Os quatro foram presos, na manhã de ontem, por inspetores e delegados da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), quando foram chamados para um suposto depoimento na sede da Delegacia Geral da Polícia Civil (DGPC), Centro. Nas mãos da Polícia já estavam os mandados de prisão preventiva expedidos pelo juiz de Direito Michel Pinheiro, de Caucaia.
Outros dois envolvidos foram identificados nas investigações. Um deles está foragido e o outro, conhecido por Jardel, foi assassinado. Os três pistoleiros e o intermediários são moradores do Planalto Ayrton Senna, o antigo 'Pantanal', próximo ao Conjunto Prefeito José Walter.
A investigação sobre o crime teve início dias depois do suposto assalto. O delegado Luiz Carlos Dantas, então superintendente da Polícia Civil, designou o assessor técnico da DGPC, delegado Cladstone Sousa Braga para apurar o caso, tendo em vista as suspeitas de um crime de 'encomenda', mesmo tendo os assassinos tentado simular uma situação de assalto.
O número de tiros disparados contra o empresário (três) e direção deles (cabeça), além da constatação da Perícia de que a vítima não esboçara nenhuma reação contra seus algozes, deixaram claro para a Polícia que se tratava de um típico caso de execução sumária.
Com a morte de Francisco Fábio Vasconcelos, o sócio, Erivaldo Pordeus, o 'Lourinho', assumiu sozinho o controle da fábrica e tratou de afastar dos negócios as filhas do empresário.
Meses depois, apesar 'Lourinho' tentar manter em segredo seu relacionamento com a viúva do sócio assassinado, o romance entre os dois foi descoberto. A Polícia continuou investigando o caso em sigilo. As filhas do empresário acompanharam o trabalho da Polícia.
Através de provas colhidas no andamento das investigações, o delegado Cladstone chegou à conclusão de que realmente o crime fora 'encomendado' e que toda a trama foi articulada entre a viúva do empresário e o sócio.
'Lourinho' havia se tornado amigo e sócio de Francisco Fábio Vasconcelos depois que sua fábrica, localizada no bairro Ancuri, sofrera um incêndio. Os dois revolveram ser parceiros nos negócios e transferiram a empresa para Caucaia. No entanto, com pouco tempo de sociedade, surgiram desavenças. 'Lourinho' acusava Fábio de querer controlar a fábrica sozinho. Para a Polícia, a ideia de planejar o crime teria surgido nesta época.
Quanto à participação da viúva no planejamento do assassinato, as informações continuaram sendo apuradas em sigilo, até a conclusão do delegado de que Antônia Neuda realmente também se envolveu na trama com o amante.
O delegado Luiz Carlos Dantas, que, atualmente, é o diretor da DHPP, informou à Reportagem, na noite passada, que detalhes da apuração do crime serão reveladas hoje, em entrevista coletiva naquela unidade especializada da Polícia Civil.
Tags
POLICIAL