O papa Francisco aceitou nesta quarta-feira (6) a renúncia ao governo pastoral da arquidiocese da Paraíba apresentada pelo arcebispo dom Aldo Di Cillo Pagotto, acusado de manter relações homossexuais e de ignorar casos de pedofilia. O sacerdote chegou a assumir a diocese de Sobral até 2004.
Por meio de um processo canônico, a arquidiocese havia sofrido no ano passado uma intervenção da Santa Sé, com o envio do bispo de Garanhuns, Fernando Guimarães, como "visitante apostólico". Na ocasião, Pagotto, de 66 anos, foi proibido de ordenar novos diáconos e sacerdotes e de receber seminaristas até que o Vaticano concluísse as investigações.
Denúncias
O inquérito nasceu após denúncias de que o arcebispo da Paraíba havia acolhido padres e seminaristas expulsos de outras dioceses. Além disso, ele teria se recusado a discutir casos de pedofilia. Também em 2015, uma carta escrita por uma mulher o acusou de manter uma relação afetiva com um jovem de 18 anos e de realizar "encontros íntimos" na sede da arquidiocese.
Mais tarde, a autora da correspondência, Mariana José, disse que não conhecia os personagens citados no texto, embora admitisse que a assinatura no documento era sua. Já o arcebisposempre negou todas as acusações.
A renúncia de Pagotto foi aceita por Francisco com base no Artigo 2 do cânone 401 do Código de Direito Canônico, ou seja, por "grave causa". Seu substituto interino será dom Genival Saraiva de França, bispo emérito de Palmares.
Atuação
Dom Aldo Pagotto é natural da cidade de São Paulo (SP), tendo nascido em 16 de setembro de 1949. Sua ordenação presbiteral ocorreu em Caratinga (MG), em dezembro de 1977. Membro da Congregação do Santíssimo Sacramento, fez sua profissão religiosa em 1985. Nomeado bispo em setembro de 1997, foi ordenado no mês seguinte, em Fortaleza (CE). Governou a diocese de Sobral (CE) até 2004, quando foi nomeado arcebispo da Paraíba.
Tags
NACIONAL