Pedir impeachment é precipitado, diz ex-presidente FHC

No momento em que o PSDB articula um pedido de impeachment do governo de Dilma Rousseff, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que a medida depende de fatos e que seria "precipitação" abrir um processo agora.

"Como um partido pode pedir impeachment antes de ter um fato concreto? Não pode!", reagiu FHC, que participou de um seminário ao lado de outros ex-presidentes latino-americanos no Fórum de Comandatuba, em Una, no Sul da Bahia.

"Impeachment não pode ser tese. Ou houve razão objetiva ou não houve razão objetiva. Quem diz se é objetiva ou não é a Justiça, a polícia, o tribunal de contas. Os partidos não podem se antecipar a tudo isso, não faz sentido", declarou.

O PSDB, presidido pelo senador Aécio Neves (MG), encomendou pareceres de juristas sobre a viabilidade de um pedido de impeachment de Dilma Rousseff.

Uma das possíveis motivações seria a irregularidade de manobras fiscais feitas pelo governo em 2014 para fechar as contas do ano ("pedaladas" fiscais).

O ex-presidente reagiu a afirmações do ministro Luís Inácio Adams (Advocacia-Geral) de que essas manobras fiscais aconteceram no governo tucano, em 2001 e 2002.

O tucano ironizou ainda a decisão da direção nacional do PT de vetar doações de empresas a seus diretórios, na esteira da prisão do ex-tesoureiro João Vaccari Neto, acusado de corrupção. Segundo Fernando Henrique: "depois da porta arrombada eles querem fechar? É uma proposta que está fora de momento".


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