Guido Mantega é alvo de condução coercitiva na nova fase da Zelotes


O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega foi alvo de mandado de condução coercitiva (quando a pessoa é levada obrigatoriamente a prestar depoimento) na sétima fase da Operação Zelotes, deflagrada na manhã desta segunda-feira. Além da ação contra o ex-ministro, agentes da Polícia Federal cumprem hoje outros 14 mandados de condução coercitiva e 12 de busca e apreensão em cinco Estados - Distrito Federal, São Paulo, Pernambuco, Paraíba e Santa Catarina.

A Zelotes trabalha com duas linhas de investigação: uma apura um suposto esquema de fraudes em julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão ligado ao Ministério da Fazenda responsável por avaliar recursos de empresas multadas pela Receita Federal. E a outra investiga a compra de medidas provisórias de incentivos fiscais a companhias automobilísticas.

Um dos principais alvos da nova etapa da Zelotes é a Cimenta Penha, do empresário Victor Garcia Sandri, amigo de Mantega. De acordo com as investigações, a empresa teria comprado o então conselheiro do Carf Valmar Fonseca de Menezes para anular o seu débito na Receita. Os procuradores afirmam que o ex-ministro nomeou, em junho de 2011, Valmar e também o então conselheiro José Ricardo da Silva - já condenado na Zelotes - para a câmara que analisou o caso do seu amigo. Com isso, a Cimento Penha conseguiu abater débito de 106 milhões de reais em julgamento no Carf.

Em janeiro deste ano, o ex-ministro da Fazenda já havia prestado depoimento no âmbito da Zelotes. Na ocasião, ele negou à PF que tivesse conhecimento dos esquemas de corrupção. No fim do ano passado, Mantega teve os sigilos bancário e fiscal quebrados por decisão do juiz da 10ª Vara Federal de Brasília, Vallisney de Souza Oliveira, responsável pelos inquéritos da Zelotes.

Iniciada em março do ano passado, a operação apura os crimes de advocacia administrativa fazendária, tráfico de influência, corrupção ativa e passiva, associação criminosa e lavagem de dinheiro praticadas por uma "estrutura criminosa complexa" formada por conselheiros e ex-conselheiros do Carf, advogados e empresas, conforme nota da PF.

(VEJA)


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