Novo lixão poderá causar grave desastre ambiental em Iguatu


Criado no dia 25 de janeiro deste ano, data de aniversário de 164 anos de emancipação do município, o novo lixão de Iguatu virou alvo de vários questionamentos, e tem repercutido na imprensa do Ceará. A área, de aproximadamente 17 hectares, está situada dentro de um açude na localidade de sítio Mirasul, zona oeste da cidade.

Segundo moradores da localidade, as águas do açude desaguam diretamente no rio Trussu, único recurso hídrico da região ainda não atingido pela ação direta do homem, e responsável pelo abastecimento de muitas comunidades.

O caso já foi denunciado no Ministério Público Estadual, no Ibama e na Secretaria de Meio Ambiente do Estado (Semace). Até o presente momento a Prefeitura de Iguatu, por meio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente não se manifestou oficialmente sobre o caso.

Nas redes sociais, o problema tem repercutido de forma negativa, gerando muitos debates entre os internautas. A ONG Faça Parte Iguatu, em sua página no Facebook, tem feito diversos questionamentos em relação a essa nova área escolhida pela administração do prefeito Ednaldo Lavor.

Um dos ativistas da ONG, Dauyzio Silva, disse que vê a escolha desse novo local com bastante preocupação, e vê riscos de um estrago ambiental de consequências muito graves para o município de Iguatu.

“Se não tomarem medidas sérias, a nova área vai ser muito mais danosa. Lá, anunciaram como aterro controlado, mas não existe nada disso. Então, a gente que se considera ambientalista, não pode ser irresponsável numa situação como essa”. Dauyzio Silva.

O presidente do Conselho Comunitário de Desenvolvimento Municipal de Iguatu, Edmar Gomes, disse que em sua opinião o novo lixão está construído em local errado e que as comunidades devem se mobilizar para evitar um desastre ambiental na região.

“Se aquele lixo continuar ali, futuramente teremos um grande desastre ambiental. Portanto, é preciso que as comunidades se mobilizem para que possamos resolver essa situação”. Edmar Gomes.

Para o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Iguatu, Sebastião Oliveira, a interdição do lixão da Chapadinha foi uma medida acertada, mas ressalta que a nova administração foi precipitada em transferir o novo espaço para uma área que sequer foi feito estudo ambiental.

“Essas águas que caem nesse novo lixão vão todas para o rio Trussu. Foi uma medida precipitada da nova administração, não sei teve licenciamento dos órgãos competentes, então quero dizer que sou contra”. Sebastião Oliveira.

A instalação do novo lixão de Iguatu contraria a Lei nº 12.305/2010, da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que proíbe a criação de novos lixões e o lançamento a céu aberto de resíduos sólidos e rejeitos.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem