Assassinato de jovens no Ceará reduz número de internos em centros para infratores, diz juiz


A quantidade de adolescentes detidos em centros socioeducativos do Ceará foi reduzida nos últimos anos devido a um "número excessivo de assassinatos" de jovens no estado. A afirmação é do juiz Manuel Clístenes de Façanha, titular da 5ª Vara da Infância e Juventude de Fortaleza.

Para o magistrado, há um aumento de crimes e infrações praticados no Ceará nos últimos quatro anos, e "paradoxalmente [há] um número de adolescentes menor internado". O juiz destaca que há hoje um número excessivo de assassinatos em Fortaleza, uma boa parte, aliás, quase todos esses jovens que são mortos têm de alguma maneira envolvimento com a criminalidade e aí o indivíduo nem ficha infracional chega a ter, diz o juiz.

Segundo um estudo divulgado em 2017 pela Unicef, órgão das Nações Unidas responsável por ações voltadas para os jovens, o Ceará é o estado onde mais se mata adolescentes no Brasil. "Com a matança de jovens no Ceará, há uma menor demanda por vagas nos centros" afirma o juiz.

De acordo com o Unicef, o índice de homicídios de adolescentes no Ceará é 8,71; em segundo lugar no ranking negativo aparece Alagoas, com 8,18. O número de adolescentes mortos no Estado em proporção à população é quase 10 vezes maior que o estado que aparece com o índice mais baixo, Santa Catarina, com 0,93.


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