O nível de desemprego em dezembro caiu como uma bomba no colo do governo. Nunca antes na história deste país, o número de trabalhadores demitidos foi tão alto num único mês. Em dezembro de 2008, o saldo líquido do emprego com carteira assinada, ou seja, a diferença entre os trabalhadores admitidos no mercado de trabalho e os que perderam o emprego, foi negativo em 654.946. Nem na crise do México, em 1994, e nas crises que se seguiram, como a da Ásia e da Rússia, que obrigou, na época, o Banco Central a elevar a taxa de juros acima de 40%, o resultado foi tão danoso para o emprego.
A queima de postos de trabalho em dezembro passado superou a média de todos os anos anteriores, que gira em torno de 300 mil. Mesmo levando em conta que dezembro é, tradicionalmente, um mês perverso para o emprego — é nesse mês que as empresas demitem mais porque já produziram nos meses anteriores para atender o comércio — o resultado foi pior do que o esperado e surpreendeu o governo. O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, foi forçado a admitir que dezembro foi muito ruim e logo anunciando, sem dar detalhes, que entregou para o presidente Lula “duas grandes propostas” para serem examinadas pelo governo.
Fonte: Correio Brasiliense
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