Quase dois anos depois de um duplo assassinato que chocou a opinião pública cearense, e, especialmente, a população das regiões dos Inhamuns e Centro-Sul do Estado, o caso caminha para a impunidade. O homem acusado do crime, o ex-capitão PM Daniel Gomes Bezerra, ainda não foi julgado. E o pior: mesmo tendo perdido a farda, por decisão do Governo do Ceará e da própria Justiça, ele permanece recolhido num quartel da Polícia Militar, gozando de prisão especial como se ainda fosse um oficial da ativa da corporação, fato que incomoda a própria tropa.
Foi na madrugada do dia 17 de março de 2007, numa praça pública da cidade de Iguatu (a 385Km de Fortaleza), que o então capitão Bezerra - chefe do destacamento da PM do Município de Mombaça - matou, a tiros de revólver, os irmãos Leonardo e Marcelo Moreno Teixeira, acadêmicos de Medicina. Os dois rapazes eram filhos do médico e ex-prefeito de Mombaça, Nélson Benevides Teixeira. Ao lado de sua esposa, Célia Moema Moreno Teixeira, da família e dos amigos, Nélson luta por justiça.O processo que apura o caso se arrasta, de forma inexplicável, no Fórum da cidade de Iguatu. O ex-capitão já prestou vários depoimentos, assim como as testemunhas.
Bezer
ra foi denunciado pelo promotor de Justiça Antônio Monteiro.O processo, neste momento, está nas mãos do juiz substituto da Primeira Vara de Iguatu, Cristiano Rabelo Leitão, já que o titular da Comarca, Wotton Ricardo Pinheiro da Silva, encontra-se de férias.
O capitão Bezerra perdeu a farda e, consequentemente a patente de oficial, no dia 27 de fevereiro do ano passado, quando o Tribunal de Justiça do Estado, através de suas Câmaras Criminais Reunidas (CCR), decidiu, por cinco votos a um, respaldar a decisão do governador do Estado, Cid Gomes, em expulsar o militar dos quadros da PMCE.
Fonte:Diário do Nordeste
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