O Bradesco fechou o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 1,81 bilhão, com queda de 5,2% em relação ao ganho de R$ 1,91 bilhão um ano antes.
A performance resultou dos efeitos da crise internacional, que provocaram um crescimento fraco das operações de crédito e novo repique nos índices de inadimplência, situação semelhante à observada pelo Itaú Unibanco nos resultados do período, divulgados na terça-feira.
A carteira total de financiamentos do Bradesco no fim de setembro era de R$ 215,5 bilhões, um aumento de 10,2% em 12 meses. O número está em linha com a previsão do grupo, de uma expansão de 8% a 12% em 2009. A inadimplência, medida pelo total de operações vencidas em prazo superior a 90 dias, atingiu 5% no terceiro trimestre, ante 3,4% um ano antes, movimento "impactado pelos efeitos da retração econômica". Foi a terceira alta trimestral seguida.
Tanto na expansão do crédito como na da inadimplência, o resultado teve forte influência das operações com empresas de grande porte. Por segmentos, esse foi o que registrou a maior expansão nos financiamentos –12,8%. Por outro lado, o saldo de operações vencidas triplicou, passando de 0,3% para 0,9% em doze meses. No entanto, o Bradesco observou tendência de melhora nesse item, "resultado da retomada gradual do nível de atividade".
Por isso, a despesa com provisão para perdas com calotes, que tinha sido de 4,4 bilhões de reais no segundo trimestre, cedeu para R$ 2,9 bilhões entre julho e setembro. De todo modo, o retorno anualizado sobre patrimônio líquido médio (ROE), importante índice de rentabilidade de um banco, despencou de 25,4% para 21,8% entre o terceiro trimestre de 2008 e o de 2009. As receitas com serviços no trimestre foram de R$ 2,857 bilhões, crescimento de 5,9% na comparação anual. Em 30 de setembro, os ativos totais do Bradesco somavam R$ 485,686 bilhões, ante R$ 422,662 bilhões doze meses antes, um avanço de 14,9%.
Mesmo com uma queda anualizada de 3,5% no resultado trimestral, para R$ 607 milhões, o setor de seguros contribuiu com 34% no lucro do conglomerado no período. O lucro líquido foi impactado negativamente pelo aumento da sinistralidade, em função da maior utilização dos benefícios pós-emprego e pela gripe influenza A (H1N1).
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