As paredes principal e auxiliar e o sangradouro do Açude Roberto Costa (Trussu), localizado no distrito de Suassurana, neste município, na região Centro-Sul, necessita com urgência de serviço de roço e de reparo. O mato invadiu grande parte das áreas de acesso, as canaletas de escoamento das águas das chuvas estão entupidas e as obras de contenção de rachaduras e recuperação de buracos estão paralisadas desde o segundo semestre de 2009.
O mato e a falta de manutenção deixaram a barragem com aspecto feio, mas o pior são os problemas que podem ocorrer em decorrência do período chuvoso que se aproxima. Os moradores estão preocupados e esse mesmo sentimento tem o diretor regional do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), Eduardo Segundo. "O sangradouro cheio de mato fica perigoso e isso nos traz preocupação", disse. "Sabemos da necessidade do serviço de limpeza e de reparo".
Apesar da urgência que o caso requer, o Dnocs, órgão responsável pelo administração do Açude Trussu, ainda não tem previsão de quando serão liberados recursos para a realização dos serviços de infraestrutura. A cada começo de ano, os órgãos públicos esbarram na burocracia e, também, nas dificuldades orçamentárias.
Os problemas na parede do Trussu já se verificam há vários anos. Alguns são comuns aos reservatórios administrados pelo Dnocs no Nordeste. A presença de mato e a necessidade de recuperação de vias de acesso e no entorno das barragens. Quando termina a quadra invernosa, os arbustos nativos, como jurema, crescem com facilidade e há necessidade de roço, mas esse serviço não é mantido com regularidade.
Rachaduras
Além da necessidade de roço, a parede principal do açude necessita de um serviço de reparo de rachaduras e tapa-buracos. Este um problema que vem se arrastando há mais de cinco anos. No segundo semestre do ano passado, uma empresa foi contratada pelo Dnocs e começou a fazer o serviço de recuperação com colocação de brita e piçarra em algumas rachaduras, mas esbarrou numa questão técnica: a possibilidade de colocar pedras no lado jusante da parede em vez de grama.
Eduardo Segundo disse que os técnicos estão analisando a solicitação apresentada pela empresa. "O serviço foi suspenso temporariamente, mas será retomado após parecer técnico e decisão sobre a melhor solução a ser adotada. Não há previsão para a conclusão desse serviço".
Na parede principal, ficaram montes de piçarra e de brita, deixados pela empreiteira. Entretanto, o que mais preocupa Segundo é a necessidade de roço, que deveria ser feita antes do período chuvoso. A barragem acumula quase 90% da capacidade e com poucas chuvas poderá transbordar. "O sangradouro cheio de mato poderá trazer problemas", observou. "Já solicitamos da Diretoria de Infraestrutura a liberação de recursos para o serviço de roço".
O diretor em exercício de infraestrutura do Dnocs, José Berlan Cabral, explicou que a previsão orçamentária para serviços de recuperação de obras hídricas no Nordeste é de apenas R$ 2 milhões. "Para o volume de obras é um valor reduzido", observou. "O Trussu, certamente, será atendido, mas dependemos de liberação do orçamento". Cabral acredita que até fins de março os serviços na barragem estarão concluídos.
Os moradores da Agrovila Ingá e de outras comunidades têm acesso ao Distrito de Suassurana e à sede de Iguatu por meio da parede auxiliar. No período chuvoso passado, surgiram buracos e atoleiros que trouxeram transtornos. "A via necessita de recuperação. Quando o inverno chegar vai atolar novamente", disse o produtor José Gonçalves. Os moradores dizem que é preciso colocar piçarra ou pavimentação com pedra tosca.
Reportagem Diário do Nordeste
Jornalista Honório Barbosa