O estrago da crise mundial na economia brasileira foi gritante. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas produzidas pelo país, registrou queda de 0,2% em 2009, o primeiro recuo em 17 anos — em 1992, quando Fernando Collor de Mello perdeu o mandato de presidente da República, a retração chegou a 0,5%.
Com esse resultado, o IBGE enterrou de vez o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que o impacto do estouro da bolha imobiliária americana no Brasil havia sido apenas uma “marolinha”. Na média, o crescimento anual do país no governo Lula caiu de 4,20%, até 2008, para 3,57%, ainda superior à expansão de 2,30% registrada nos oito anos de Fernando Henrique Cardoso.
O mau desempenho em 2009 foi puxado por dramáticas quedas na indústria e nos investimentos, de respectivamente 5,5% e 9,9%. Diretamente ligados à grande crise global deflagrada em setembro de 2008, esses resultados são os piores desde o início da atual série do PIB, em 1996. Na indústria, o pior desempenho em 2009 foi justamente o do coração do setor, a indústria de transformação, que recuou 7%.
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