A implantação de unidades fabris vem mudando a paisagem local e praticamente criou uma massa operária, que até então era inexistente ou muito reduzida nesta região. Essas empresas passaram a absorver mão-de-obra urbana e rural. Alguns agricultores migraram para os centros urbanos, mas outros permanecem morando no campo. Mas uma coisa é certa: trocaram a enxada pelas ferramentas modernas.
Dois exemplos de jovens trabalhadores rurais que saíram do campo e encontraram ocupação em indústrias nesta cidade: o gerente de produção Geraldo José da Silva e o operário Márcio Alves de Barros. Ambos trabalham na indústria de móveis tubulares Tubform, a maior unidade do Nordeste e uma das maiores do Brasil.
Superação
São histórias de sonho, esforço e busca de uma melhor qualidade de vida. Geraldo da Silva trabalhava com o pai, José Antonio da Silva, no plantio e colheita de algodão, no Sítio Santa Maria, em Antonina do Norte. Começou cedo, aos 9 anos de idade. "Na agricultura, a gente faz de tudo, limpa, planta, colhe e debulha milho e feijão, mas o forte era o algodão. É um trabalho pesado".
O que se ganha é suficiente somente para sobreviver. Sem terra própria, o agricultor arrendava terras e tentava conseguir o sustento da família. A crise do algodão tirou de vez a esperança da família. O jeito foi vir para Iguatu, uma cidade maior. Aqui, os Silva tentaram de novo sobreviver do serviço agrícola, mas as dificuldades continuaram.
Em 1994, aos 15 anos, Geraldo Silva bateu à porta da Tubform, que estava iniciando suas atividades. "Pedi uma oportunidade porque queria trabalhar", lembra. O proprietário Edvane Matias ficou em dúvida, mas a esposa influenciou na decisão e um novo operário foi contratado. "No mesmo dia comecei", contou. "Fui em casa, troquei de roupa e voltei para trabalhar". Geraldo Silva começou na função de serviços gerais e logo passou a ser ajudante na linha de produção. Foi despachante. Ganhou aos poucos a confiança do então gerente da fábrica, Liberalino Lopes. Em 2002, passou ao cargo de gerente de produção. No início, a fábrica produzia 120 peças por mês e tinha 10 operários. Hoje, produz 70 mil unidades mensais e tem 250 operários, trabalhando em três turnos.
Ao chegar a Iguatu, Geraldo lembra que seu sonho era comprar uma bicicleta. Hoje, ele tem casa própria, um carro e ajudou os pais a comprar um lar. "Tive a confiança e o apoio de Edvane Matias. Jamais imaginei alcançar o que conquistei". Entre a vida no campo e na área urbana, compara: "A diferença é a qualidade de vida, que é melhor na cidade".
Márcio Alves de Barros nasceu no Sítio Barra, nas proximidades do Rio Trussu, zona rural de Iguatu. Na roça, desde os 10 anos começou ajudando o pai, limpando as áreas de cultivo, plantando e colhendo milho, feijão e arroz. Estudava pela manhã na Escola de Ensino Fundamental Antônia Maria das Neves, onde cursou até a 8º série.
O primeiro trabalho foi com o irmão, no cultivo de arroz irrigado. "É um trabalho duro, que exige muito esforço. O pior é que os custos de produção são elevados e o preço do produto mal cobre as despesas". Permaneceu na zona rural até os 21 anos de idade, mas seguindo o caminho de outros jovens, Márcio Barros procurou alternativa de ocupação e renda na cidade.
Na roça, os jovens não encontram perspectiva. A maioria das famílias não dispõe de propriedade rural ou são pequenas áreas, de herança, dividida com outros parentes. Não permitem ampliar a produção.
Em 2006, Márcio Barros conseguiu o primeiro emprego, aos 21 anos. Em face da indicação de um tio, começou como lixador, na linha de produção de móveis tubulares. São quatro anos de trabalho seguido como operário de fábrica. Cumpre uma jornada das 14 às 22 horas. Hoje, exerce a função de encarregado da produção de cromo.
"Estou satisfeito com o trabalho", disse Barros. "Aqui a gente tem um salário certo". O sonho dele é continuar na fábrica e alcançar nova função com melhor remuneração. "Quero crescer na indústria, que é uma empresa sólida e em expansão. O meu desejo é sempre aprender e fazer cada vez melhor", ressalta o operário.
Márcio não considera pesado o serviço como operário. "Na roça, o trabalho é muito mais difícil", disse. Casado há três anos, tem um filho e já conseguiu comprar uma casa no Sítio Barra, próximo onde morava com os pais, quando era agricultor. "Escolhi morar no campo porque é mais calmo e mais seguro". Diariamente, ele percorre oito quilômetros entre a localidade onde mora e a fábrica, mas faz o trajeto de moto.
Dois exemplos de jovens trabalhadores rurais que saíram do campo e encontraram ocupação em indústrias nesta cidade: o gerente de produção Geraldo José da Silva e o operário Márcio Alves de Barros. Ambos trabalham na indústria de móveis tubulares Tubform, a maior unidade do Nordeste e uma das maiores do Brasil.
Superação
São histórias de sonho, esforço e busca de uma melhor qualidade de vida. Geraldo da Silva trabalhava com o pai, José Antonio da Silva, no plantio e colheita de algodão, no Sítio Santa Maria, em Antonina do Norte. Começou cedo, aos 9 anos de idade. "Na agricultura, a gente faz de tudo, limpa, planta, colhe e debulha milho e feijão, mas o forte era o algodão. É um trabalho pesado".
O que se ganha é suficiente somente para sobreviver. Sem terra própria, o agricultor arrendava terras e tentava conseguir o sustento da família. A crise do algodão tirou de vez a esperança da família. O jeito foi vir para Iguatu, uma cidade maior. Aqui, os Silva tentaram de novo sobreviver do serviço agrícola, mas as dificuldades continuaram.
Em 1994, aos 15 anos, Geraldo Silva bateu à porta da Tubform, que estava iniciando suas atividades. "Pedi uma oportunidade porque queria trabalhar", lembra. O proprietário Edvane Matias ficou em dúvida, mas a esposa influenciou na decisão e um novo operário foi contratado. "No mesmo dia comecei", contou. "Fui em casa, troquei de roupa e voltei para trabalhar". Geraldo Silva começou na função de serviços gerais e logo passou a ser ajudante na linha de produção. Foi despachante. Ganhou aos poucos a confiança do então gerente da fábrica, Liberalino Lopes. Em 2002, passou ao cargo de gerente de produção. No início, a fábrica produzia 120 peças por mês e tinha 10 operários. Hoje, produz 70 mil unidades mensais e tem 250 operários, trabalhando em três turnos.
Ao chegar a Iguatu, Geraldo lembra que seu sonho era comprar uma bicicleta. Hoje, ele tem casa própria, um carro e ajudou os pais a comprar um lar. "Tive a confiança e o apoio de Edvane Matias. Jamais imaginei alcançar o que conquistei". Entre a vida no campo e na área urbana, compara: "A diferença é a qualidade de vida, que é melhor na cidade".
Márcio Alves de Barros nasceu no Sítio Barra, nas proximidades do Rio Trussu, zona rural de Iguatu. Na roça, desde os 10 anos começou ajudando o pai, limpando as áreas de cultivo, plantando e colhendo milho, feijão e arroz. Estudava pela manhã na Escola de Ensino Fundamental Antônia Maria das Neves, onde cursou até a 8º série.
O primeiro trabalho foi com o irmão, no cultivo de arroz irrigado. "É um trabalho duro, que exige muito esforço. O pior é que os custos de produção são elevados e o preço do produto mal cobre as despesas". Permaneceu na zona rural até os 21 anos de idade, mas seguindo o caminho de outros jovens, Márcio Barros procurou alternativa de ocupação e renda na cidade.
Na roça, os jovens não encontram perspectiva. A maioria das famílias não dispõe de propriedade rural ou são pequenas áreas, de herança, dividida com outros parentes. Não permitem ampliar a produção.
Em 2006, Márcio Barros conseguiu o primeiro emprego, aos 21 anos. Em face da indicação de um tio, começou como lixador, na linha de produção de móveis tubulares. São quatro anos de trabalho seguido como operário de fábrica. Cumpre uma jornada das 14 às 22 horas. Hoje, exerce a função de encarregado da produção de cromo.
"Estou satisfeito com o trabalho", disse Barros. "Aqui a gente tem um salário certo". O sonho dele é continuar na fábrica e alcançar nova função com melhor remuneração. "Quero crescer na indústria, que é uma empresa sólida e em expansão. O meu desejo é sempre aprender e fazer cada vez melhor", ressalta o operário.
Márcio não considera pesado o serviço como operário. "Na roça, o trabalho é muito mais difícil", disse. Casado há três anos, tem um filho e já conseguiu comprar uma casa no Sítio Barra, próximo onde morava com os pais, quando era agricultor. "Escolhi morar no campo porque é mais calmo e mais seguro". Diariamente, ele percorre oito quilômetros entre a localidade onde mora e a fábrica, mas faz o trajeto de moto.
Fonte: Diário do Nordeste
Honório Barbosa
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