Lula não é do mal, o problema é que ele se acha o bem

Além do papai noel que chega, teremos o papai Lula que se vai. Para muitos é uma grande perda, religiosa, quase, pois tínham sempre o seu rosto barbadindo, seu sorriso de covinhas sedutoras, garantindo que havia um homem do povo no poder.

Para outros, como eu, será um alívio. Mas vejam bem, não considero o Lula um meliante não, como muita gente acha que eu acho, não.

Lula teve muitos méritos no governo, apenas não aguento mais ver seu show permanente, seu narcisismo satisfeito, sua incerteza sem fundamento, sua lua de mel consigo mesmo, como se o Brasil fosse um palco para seu espetáculo. Isso já encheu.

E acho mesmo que até a longo prazo pode prejudica-lo. Acho que já podemos fazer sim uma avaliação do seu governo, que ainda vai encher muitas páginas de tratados políticos, porque Lula é um fenômeno.

Seu populismo é mais democrático do que autoritários sórdidos como Chavez, os Kitchner. Lula é melhor. Lula não é do mal.

O problema é que ele se acha o bem.

Como ele disse, não precisamos mais de formadores de opinião pública, nós somos a opinião pública.

Mas ele tem um certo lado malandro nisso tudo.

Ele é conciliador, bem brasileiro, que de certa forma nos salvou dos malucos Bolcheviks que o manipularam no primeiro governo, no primeiro mandato, ele nos salvou dos que se infiltraram no PT para fazer uma espécie de socialismo maluco, que no fundo era eleger o Zé Dirceu para presidente em 2010, em vez da dona Dilma.

Lula também teve a inteligência de manter o programa macro econômico de Fernando Henrique Cardoso.

Lula nos trouxe também, o que eu posso chamar de ignorância iluminada, é, isso. Mesmo com o insuficiente primitiva solução do Bolsa Família e do Fome Zero, ele elevou a renda de muitos pobres e indiretamente vitalizou o mercado interno sim.

Mas o que mais me irritou e frustou nesse governo que acaba, foi que o Lula tinha tanto poder, tanto apoio popular, que poderia ter feito reformas essenciais no estado e nas instituições paralelas. Não fez.

Não fez por ignorância populista, e por preguiça. Dava muito trabalho costurar alianças para isso, preferiu o show e as viagens.

E agora vai prá casa. O que me dói, não é o que o Lula fez, mas o que poderia ter feito.

Por Arnaldo Jabor


Luiz Vasconcelos

O redator do blog tem formação acadêmica pela Universidade Estadual do Ceará na área de Pedagogia, no entanto, tem grande predileção pelo jornalismo.

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