Morre em São Paulo o ex-governador Orestes Quércia

Morreu nesta sexta-feira, aos 72 anos, o ex-governador de São Paulo Orestes Quércia. Ele estava internado há cerca de três meses no Hospital Sírio Libanês para tratamento de um câncer na próstata. Quércia desistiu de concorrer a uma vaga no Senado nas últimas eleições devido ao seu estado de saúde.

Orestes Quércia iniciou sua carreira política ao ser eleito vereador em Campinas pelo Partido Libertador, em 1962. Extinto o pluripartidarismo optou pelo MDB, sendo eleito deputado estadual em 1966 e prefeito de Campinas em 1968.

Após eleger seu sucessor, em 1972, passou a organizar diretórios do MDB pelo interior paulista e disputou a convenção do partido como candidato ao Senado Federal, vencendo a disputa com Lino de Matos e Samir Achôa. Em 1974, foi eleito senador, derrotando Carvalho Pinto que disputava a reeleição pela Arena e era apontado como favorito.

Na tribuna, foi crítico da política econômica do governo Ernesto Geisel e em 1977 foi noticiada a ocorrência de casos de corrupção quando de sua passagem pela prefeitura de Campinas, porém tais afirmações não foram comprovadas. Com o retorno ao pluripartidarismo ingressou no PMDB em 1980 e declarou-se candidato à sucessão do governador Paulo Maluf, em fevereiro de 1981, posição que manteria até que um acordo de última hora o fez candidato a vice-governador na chapa de Franco Montoro.

Em 1982 foi eleito vice-governador de São Paulo, mas ao contrário da imagem de unidade partidária apresentada durante a campanha, foi adversário constante de políticos peemedebistas ligados ao governador, não conseguindo, porém, impedir a nomeação do deputado federal Mário Covas como prefeito de São Paulo em 1983 e a eleição do senador Fernando Henrique Cardoso à presidência do diretório estadual do PMDB naquele mesmo ano.

Foi defensor das Diretas Já e da campanha vitoriosa de Tancredo Neves rumo à Presidência em 1985, ano em que se casou com a médica Alaíde Cristina Barbosa Ulson. Nesse ponto estava em curso sua candidatura a governador em 1986.

Após a vitória do ex-presidente Jânio Quadros (PTB) sobre Fernando Henrique Cardoso em novembro daquele ano, Orestes Quércia viu aumentar seu controle sobre o PMDB num movimento denominado de “quercismo”, que garantiu sua indicação como candidato a governador, apesar das dissidências internas.

Candidato numa eleição inicialmente polarizada entre o deputado Paulo Maluf e o empresário Antônio Ermírio de Morais e ainda contava com a participação do deputado Eduardo Suplicy, iniciou o embate com índices baixos nas pesquisas de opinião, entretanto manteve sua candidatura e afinal sagrou-se vitorioso. Seu governo foi responsável pela privatização da VASP, em 1990, ano em que elegeu Luiz Antônio Fleury Filho como seu sucessor.

Luiz Vasconcelos

O redator do blog tem formação acadêmica pela Universidade Estadual do Ceará na área de Pedagogia, no entanto, tem grande predileção pelo jornalismo.

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