Só em 2011, cerca de 60 obras do programa seriam inauguradas em setores como transportes, saneamento, energia elétrica e óleo e gás. Seria algo como cinco por dia. Mas aí seria inaugurar o atraso, haja vista que estas obras deveriam estar terminadas até dezembro último.
Em abril de 2010, concluiu-se que pouco mais de 11% das obras estavam concluídas e mais de 10 mil estavam empacadas por superfaturamento ou nem tinham sido iniciadas. Mas os balanços foram maquiados e ninguém mais sabe o que é real ou é fictício nesse mirabolante programa.
Uma parte da verdade pode ser vista em estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), elaborado em dezembro, afirmando que o PAC, lançado há quatro anos sob coordenação de Dilma Rousseff, sofre com um “grande atraso” em suas obras e que tem deficiências nos balanços oficiais, centrados em volume financeiro, “os dados sobre o ritmo de execução física das obras não estão claros”, o que contraria determinação do Tribunal de Contas da União. Registre-se o fato que o Ipea é um órgão ligado à Presidência da República.
E expressão Caixa de Pandora, com relação ao PAC, é uma metáfora para aludir à repentina descoberta de um problema ou uma série de problemas, que por bastante tempo tinham ficados escondidos, que uma vez divulgados não será mais possível tornar a escondê-los. Nada mais parecido com o PAC e sua mãe.
(*) A Caixa de Pandora, segundo a mitologia grega, era o depósito de todos os males que atingiram o mundo depois de sua abertura. Segundo o conto do poeta Esiodo, tinha sido um presente dado a Pandora por Zeus e ele a tinha recomendado de não abri-lo. Todavia pandora recebeu do deus Hermes o dom da curiosidade e não demorou a destapá-la, libertando assim todos os males do mundo. Tendo ficado dentro da caixa somente a esperança, que não teve tempo em sair da caixa antes que essa fosse tapada de novo.
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