Cozinha Comunitária beneficia famílias carentes

Uma experiência popular em segurança alimentar e nutricional está em curso nesta cidade desde novembro do ano passado, a partir da instalação da primeira Cozinha Comunitária. A unidade é um projeto do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), implantado com recursos do Programa Fome Zero e em parceria com a Prefeitura Municipal de Iguatu.

Diariamente são servidas 200 refeições por um preço de R$ 1,00. O bandejão é para pessoas cadastradas no projeto, moradores do Bairro Areias, onde a unidade está instalada, do Conjunto João Paulo II e do Jardim Oásis. Para quem não é cadastrado, o custo do prato é de R$ 2,00. “Esse programa visa promover a melhoria das condições de nutrição e acesso à alimentação de qualidade a populações de baixa renda”, explica a diretora da unidade, Lucilene Felipe.

Cadastramento

Inicialmente foram cadastradas 200 famílias de baixa renda por técnicos do Centro de Referência de Assistência Social (Cras). Um pouco menos da metade frequenta diariamente a Cozinha Comunitária.

Atualmente, o maior público é formado por pessoas não cadastradas, trabalhadores ou moradores da área, que aproveitam o baixo custo aliado à qualidade da refeição.

Lucilene Felipe explica que muitas famílias com quatro ou mais filhos têm dificuldades financeiras para diariamente almoçar na cozinha, apesar do baixo custo da refeição. “Eles se dividem ou preferem preparar em casa a refeição porque compram os gêneros nas mercearias para pagar no fim do mês”, explicou. O trabalhador individual é mais beneficiado.

Comida boa

A catadora de embalagens recicláveis, Francisca Moreira, moradora do Bairro Areias, disse que desde novembro passado passou a frequentar o restaurante diariamente. “Todos os dias almoço aqui”, contou. “A comida é boa e o preço está dentro das nossas condições”.

O vendedor de picolé, Francisco Souza, é o outro comensal diário. “Antes comia pelo centro, mas o prato custo R$ 5,00”, disse. “Aqui a comida é melhor, mais quantidade e o preço é muito baixo”. O vendedor José Adail de Melo conta que o “cardápio é variado e a refeição é muito gostosa, por um preço bem em conta”.

A ideia do projeto é promover a inclusão social e a segurança alimentar de setores vulneráveis da sociedade. “É um projeto que deu certo”, disse Lucilene Felipe. “Muitas pessoas que trabalham no Centro vêm aqui almoçar porque o preço compensa”, comentou.

A cozinha atrai funcionários públicos de escolas, postos de saúde e de outras instituições que funcionam na área, além de trabalhadores do setor privado.

Grande parte dos frequentadores é formada por catadores, vendedores, lavadeiras, carroceiros e profissionais que trabalham avulsos e como diaristas. “A Prefeitura já está elaborando outros dois projetos para implantar cozinhas nos Bairros Vila Neuma e Cohab”, anunciou Lucilene Felipe. “São áreas populosas que precisam também ser beneficiadas”.

Cardápio

A preparação do cardápio tem o acompanhamento de nutricionistas e, também, de um tecnólogo em alimento. São mais de dez profissionais envolvidos no trabalho de preparação dos pratos diários, dentre cozinheiras e auxiliares.

“São pessoas simples, mas que trabalham com carinho e amor, por isso a comida fica gostosa”, acredita Lucilene Felipe. O cardápio é variado. São dois tipos de carne, acompanhada de farofa, salada, arroz e feijão, além de sobremesa, um suco ou uma porção de fruta.

A diretora da unidade disse que, em breve, deve começar a ser servido um sopão grátis para as famílias cadastradas. Por enquanto, a cozinha funciona de segunda à sexta-feira, das 11 horas às 13 horas. Grande parte dos produtos utilizados na preparação dos alimentos é oriunda da agricultura familiar por meio de aquisição antecipada da safra. A técnica da Ematerce e da Secretaria de Agricultura do Município, Sulene Sampaio, explicou que a produção de 150 agricultores é adquirida pelo Programa do Governo Federal de compra da safra da agricultura familiar e destinada à Cozinha Comunitária que atende a 200 pessoas, com venda de almoço por R$ 1,00.

Jornalista Honório Barbosa - DN


Luiz Vasconcelos

O redator do blog tem formação acadêmica pela Universidade Estadual do Ceará na área de Pedagogia, no entanto, tem grande predileção pelo jornalismo.

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