Cerca de 20 milhões de peruanos vão às urnas neste domingo (10) para começar a escolher o sucessor do presidente Alan García. Na eleição, tida como a mais disputada de todos os tempos no país andino, três candidatos disputam ponto a ponto a chance de ir a segundo turno com o mais polêmico dos postulantes ao cargo: o esquerdista Ollanta Humala.
Economia está arrumada; desigualdade é desafio
Humala, um militar aposentado que sofre grande rejeição por seu histórico de discursos antimercado, tenta trilhar o caminho percorrido pelo ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva para chegar ao poder.
Ele moderou o discurso, se comprometeu a honrar os compromissos internacionais assumidos pelo país e tenta colar sua imagem à do líder brasileiro – antes era muito criticado por sua proximidade com presidentes tidos como mais radicais, como Hugo Chávez (Venezuela) e Evo Morales (Bolívia).
Com uma imagem mais “light”, Humala conseguiu atrair boa parte do eleitorado e chega neste domingo com 29% das preferências, segundo as pesquisas. O bom desempenho pode ser, em parte, atribuído dos marketeiros petistas Valdemir Garreta e Luis Favre – este último, ex-marido da senadora Marta Suplicy (PT-SP) – que também participaram da campanha presidencial de Lula.
A ligação de Humala com os petistas também rendeu críticas de seus adversários e criou uma saia justa para a diplomacia brasileira. Na reta final da campanha, o embaixador do Brasil no país, Jorge d’Escragnolle Taunay, teve que ir a público para afirmar que o país “não tem ingerência nos assuntos internos de outros países” – o PT é também o partido da presidente Dilma Rousseff.
Em entrevista à TV peruana, Humala disse que “poucas vezes falou com esses assessores brasileiros”.
- Eles não estão na campanha em nome do ex-presidente Lula e da atual Dilma Rousseff. Não aceitamos intromissão estrangeira, nem de governos nem de políticos.
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